O consumo excessivo de álcool foi tema de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, isso por que o uso das bebidas alcoólicas vem crescendo a cada ano. De acordo com a pesquisa, entre as capitais brasileiras, Salvador foi a que teve o maior consumo, seguida por Maceió, com uma taxa de 34,2% nesse uso.
O assunto se torna preocupante quando o consumo é excessivo a ponto de se tornar uma doença. O alcoolismo é uma condição silenciosa que impacta milhões de pessoas em todo o mundo, segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), no Brasil, uma dose padrão de bebida alcoólica equivale a 14g de álcool puro, correspondendo a 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de bebidas destiladas como vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, entre outras.
De acordo com a a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), vinculada ao Ministério da Saúde (MS), é considerado consumo abusivo de álcool quando homens ingerem cinco ou mais doses, e mulheres bebem quatro ou mais doses em um único dia.
A pesquisa apontou um aumento de 18,4% para 20,8% no consumo excessivo de álcool entre 2021 e 2023. Entre os homens, esse aumento foi de 25% para 27,3% no período. Já entre as mulheres, o crescimento foi de 12,7% para 15,2%.
Em 2023, o órgão entrevistou mais de 20 mil pessoas em todo Brasil e abordou essa temática de consumo excessivo nos últimos 30 dias. De acordo com os dados, a população de Salvador foi a que mais consumiu bebida alcoólica, com 28,9% das respostas positivas; em seguida no ranking aparecem as capitais Maceió, com 34,2%, e Teresina, com 33%. As menores taxas ocorreram em Manaus (17,1%), Rio Branco (18,3%) e Natal (20,8%). Entre o público feminino, as maiores frequências foram observadas em Salvador (21,9%), Porto Alegre (20,7%) e no Distrito Federal (20,5%), enquanto as menores em Manaus (8,4%), Fortaleza (9,6%) e Macapá (9,9%).
BUSCA DE AJUDA
Que alcoolismo é uma condição séria já sabemos, mas em qual momento precisa se pedir ajuda? O psicólogo e professor Ady Santos, destaca que o alcoolismo vai além do simples consumo excessivo de álcool. “É uma doença crônica que afeta tanto o corpo quanto a mente, levando a uma dependência física e emocional do álcool”, ressalta o profissional.
O psicólogo afirma que identificar o alcoolismo nem sempre é fácil. Se observados sinais de consumo compulsivo, negligenciando responsabilidades ou enfrentando problemas legais devido ao álcool, é necessário buscar ajuda. “A tolerância ao álcool leva à necessidade de quantidades cada vez maiores para sentir o mesmo efeito. Junto disso, vem a síndrome de abstinência, com a presença de sintomas físicos e psicológicos quando o consumo é interrompido. O alcoolismo pode causar danos graves à saúde e requer tratamento especializado, que pode incluir terapias psicológicas, medicamentos e apoio de grupos de ajuda mútua”, enfatiza Ady.