O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, sem vetos, a Lei Complementar nº 210, que estabelece novas regras para a destinação de emendas parlamentares no Orçamento. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional na semana passada e sancionado durante uma cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária.
Entre as principais mudanças, destaca-se a retomada da obrigatoriedade de aplicação de no mínimo 50% das emendas de comissão na área da Saúde, uma medida reintroduzida pela Câmara dos Deputados após ser retirada pelo Senado durante a tramitação do projeto.
No entanto, a possibilidade de o governo bloquear emendas parlamentares, uma das demandas do Executivo, ficou fora da versão aprovada. Para contornar isso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou que o Planalto encaminhará um novo projeto ao Congresso. A proposta pretende estabelecer um bloqueio de até 15% das emendas parlamentares, de forma proporcional ao bloqueio das despesas discricionárias do Poder Executivo.
As novas regras são vistas como uma tentativa de conciliar interesses entre o Executivo e o Legislativo, garantindo maior controle sobre a alocação de recursos ao mesmo tempo em que preserva os compromissos com áreas prioritárias, como a Saúde.
A medida também reflete os esforços do governo Lula para reorganizar a relação com o Congresso, buscando evitar tensões em torno da execução orçamentária, enquanto mantém o diálogo com as lideranças parlamentares para o avanço de pautas estratégicas.
A expectativa agora gira em torno da tramitação do novo projeto sobre o bloqueio de emendas, que deverá ser acompanhado de perto pelo Legislativo e por entidades da sociedade civil interessadas na transparência e na eficiência do uso de recursos públicos.