O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou de fora da lista de convidados para a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que ocorrerá na próxima segunda-feira (20), em Washington. A ausência quebra uma tradição diplomática, na qual chefes de Estado brasileiros geralmente participam de posses presidenciais americanas.
O Palácio do Itamaraty informou que o Brasil será representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti, que já confirmou presença no evento. Segundo o governo americano, o convite foi formalizado diretamente ao Itamaraty, e a presença da embaixadora foi confirmada sem maiores discussões.
Foco em aliados ideológicos
A escolha de não convidar Lula reflete uma nova abordagem do governo Trump, que tem priorizado a presença de líderes alinhados à sua ideologia política. Entre os convidados estão a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente da Argentina, Javier Milei, ambos com posturas conservadoras e liberais em termos econômicos.
Bolsonaro afirma ter recebido convite
Enquanto Lula não foi incluído na lista de convidados, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que foi convidado pessoalmente por Trump para a cerimônia. Bolsonaro, que enfrenta restrições judiciais no Brasil e teve seu passaporte retido, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para viajar aos Estados Unidos e comparecer ao evento.
Sua defesa apresentou um e-mail enviado pelo comitê de posse de Trump como comprovação do convite. A autenticidade do documento ainda está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, que solicitou uma confirmação formal para avaliar o pedido.
Impactos diplomáticos
A ausência de Lula no evento marca um afastamento simbólico nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Especialistas apontam que a decisão de Trump de não convidar o presidente brasileiro pode indicar um desafio diplomático para o governo Lula, contrastando com a proximidade demonstrada com Bolsonaro e outros líderes de orientação ideológica semelhante.
Apesar disso, a presença da embaixadora Maria Luiza Viotti busca preservar os canais formais de diálogo entre os dois países. Resta saber como essa exclusão será interpretada nas próximas movimentações diplomáticas entre Brasília e Washington