O nome do músico e sanfoneiro Luiz Gonzaga passou a integrar o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria após sanção da Lei nº 14.793 assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (8). A publicação foi realizada no Diário Oficial da União (DOU).
Criada em 1992, a honraria é concedida a personalidades que tiveram papel fundamental na defesa ou na construção do país. Neste caso, a ação é uma forma de homenagear o artista conhecido como “Rei do Baião” pela imensa representação na cultura popular brasileira, em especial a nordestina.
Nascido em 1912, na cidade de Exu, o músico pernambucano é um dos maiores símbolos da cultura nacional. “Gonzagão”, como também era chamado, foi responsável por sucessos como “Asa Branca”, “Respeita Januário”, “No meu pé de serra”, “Qui nem jiló”, entre outros. Gonzagão morreu em 2 de agosto de 1989, aos 76 anos.
“Por toda sua história, não resta dúvida de que é meritória a homenagem que se pretende prestar a Luiz Gonzaga, autêntico representante da cultura popular brasileira, ilustre porta-voz do povo nordestino e incansável divulgador das dificuldades enfrentadas por seu povo”, ressaltou o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE), autor do Projeto de Lei.
Luiz aprendeu desde cedo com seu pai sanfoneiro, Januário José dos Santos, a ensaiar seus primeiros acordes na sanfona. Após o término repentino de seu romance proibido com a filha de um coronel, Luiz Gonzaga fugiu para o Ceará e ingressou no Exército, desempenhando o papel de soldado por nove anos.
Anos depois, no Rio de Janeiro, sua carreira começou a decolar, após apresentação no programa de Ary Barroso, em 1941, quando tocou a instrumental “Vira e Mexe”, que também viria a ser a sua primeira gravação.
Em 1945, conheceu o advogado Humberto Teixeira, que seria seu parceiro em composições pelo resto da vida. Dessa parceria, surgiram muitos sucessos compostos por ambos e cantados por Luiz Gonzaga. A música que mais o consagrou foi “Asa Branca”, considerada um hino do Nordeste.
O sanfoneiro foi um dos principais responsáveis por popularizar a música nordestina em todo o país, como o forró, xote e, em especial, o baião, gênero de música e dança popular. Em seus 60 anos de carreira, gravou mais de 600 músicas e recebeu diversos prêmios por sua obra.
Lanceiros Negros e Dorina de Gouvêa Nowill
Os Lanceiros Negros, grupo de homens escravizados que lutou na Guerra Civil Farroupilha contra as tropas imperiais ao lado dos revolucionários e a educadora e filantropa paulista Dorina de Gouvêa Nowill, que promoveu a acessibilidade e educação às pessoas cegas, também passaram a integrar o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria nesta segunda-feira.
Segundo o jornalista e autor do livro Kamba’race: afrodescendências no exército brasileiro, Sionei Ricardo Leão, o protagonismo dos novos heróis brasileiros foi algo inédito no aspecto de formação de uma cavalaria de escravizados organizada e eficiente.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria ou Livro de Aço é um memorial brasileiro no qual são eternizados os nomes de personagens que foram importantes na construção do Brasil. No memorial, no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), figuram nomes como Zumbi dos Palmares, Maria Beatriz Nascimento e Dandara.
Fonte – Jornal de Alagoas