O vice-governador Luciano Barbosa tinha como meta, ao se lançar candidato a prefeito de Arapiraca, adiar a sua aposentadoria política, já marcada para dezembro de 2022.
Ele sabia e sabe, apesar de ouvir o contrário e com insistência, que não seria candidato à reeleição com o apoio do seu partido, o MDB.
Por mais que seja um tipo difícil – avaliação geral – o vice-governador há de entender que não tem tamanho nem voto para se candidatar a governador, mesmo estando no cargo – como se previa que iria acontecer (?) em 2022.
O tanto de mágoa que ele carrega do governador e dos seus ex-colegas de secretariado é apenas parte do problema. Afinal, era a avaliação geral, ele não poderia esperar mais do que isso: ser um tampão por pouco mais que oito meses.
O vice-governador acha que foi traído; o governador acha que ele é o traidor.
Na soma do pacote, e após o episódio envolvendo a filha dele, no ano passado, Barbosa optou por continuar “vivo”. Não que fosse lhe faltar um bom emprego público depois, mas ele achou que ainda podia continuar no poder, mesmo que em dimensão geográfica menor.
“Ele só pensa em Arapiraca”, me disse por mais de uma vez um palaciano.
O que disse Fernando Pessoa, assinando como Alberto Caieiro?
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, / Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia / Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
Fonte – Blog do Ricardo Mota