A oito meses de encerrar seu mandato como presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) está intensificando esforços nos bastidores políticos para construir apoio à sucessão de seu cargo.
Em uma movimentação que visa agradar diversos espectros políticos, Lira tem concentrado a distribuição de emendas parlamentares de comissão, no valor de R$ 15 bilhões este ano, e montou um modelo peculiar para a regulamentação de dois projetos da reforma tributária.
Essa estratégia, que inclui partidos que ele pretende agregar em torno de seu candidato favorito para a sucessão, abrange desde o PT, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, até o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. O calendário delineado por Lira prevê a votação da reforma tributária no plenário da Câmara pouco antes do recesso parlamentar em julho, com o anúncio do sucessor previsto para agosto, após o retorno dos deputados.
Nos bastidores, Lira tem mantido um olhar estratégico e orientou seus aliados a consolidarem suas candidaturas. A eleição para a presidência da Câmara e do Senado está marcada para fevereiro de 2025, mas Lira evita discutir publicamente o assunto para não enfraquecer seu mandato atual.
A articulação política do alagoano inclui encontros com líderes partidários como Lula, com quem se comprometeu a submeter sua escolha ao crivo do presidente. No entanto, a tarefa de unir PT e PL em uma mesma coalizão representa um desafio considerável, especialmente devido às condições impostas por Bolsonaro, que condiciona seu apoio àquele que endossar um projeto sobre sua anistia política.
Enquanto isso, outros potenciais candidatos, como Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antônio Brito (PSD-SP) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), já estão em campanha, com possíveis nomes de última hora também surgindo. Recentemente, Lira instalou grupos de trabalho para discutir aspectos da reforma tributária, buscando dar mais transparência ao processo.
A movimentação nos corredores do Congresso revela um cenário de intensas negociações políticas, com partidos e figuras individuais buscando posicionar-se estrategicamente em relação à sucessão de Lira na presidência da Câmara. Enquanto isso, o presidente atual mantém seu poder de influência, determinando os rumos das discussões e das alianças políticas em jogo.
Fonte: o Jornal Extra