Em entrevista à Focus Brasil, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) abordou a CPI dos Ataques à Democracia, ocorridos em 8 de janeiro, e apontou direcionamentos sobre o tema. Além disso, ele falou sobre a criação de um grupo com os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e André Janones (Avante-MG), denominado Central da Democracia, com o objetivo de debater o risco que o país enfrentou com o golpismo, tendo como foco central o presidente Jair Bolsonaro.
Farias afirmou que vê claramente aquela data como uma tentativa de golpe, e apontou Bolsonaro como defensor desse golpe. Segundo o deputado, desde o período que antecedeu as eleições, o presidente tentou atacar o sistema eleitoral para encontrar justificativas para não reconhecer o resultado das eleições. Ele mencionou as ocupações de avenidas, pistas e estradas como um processo crescente, bem como o quebra-quebra em Brasília durante a diplomação de Lula e a tentativa de bomba no aeroporto de Brasília, atribuída a um tenente-coronel Mauro Cid.
Lindbergh Farias expressou convicção de que a quebra de sigilo telefônico de Mauro Cid, realizada pelo ministro Alexandre de Moraes, trará à tona a corrupção do governo Bolsonaro. Segundo o deputado, Cid se tornou uma espécie de “homem da mala” de Bolsonaro, e além de tornar o presidente inelegível, ele acredita que Bolsonaro enfrentará graves problemas com a Justiça. Farias mencionou desvio de recursos, pagamentos e contas de Michelle Bolsonaro, bem como o esquema de rachadinha que teria sido levado para dentro do Palácio do Planalto. Ele afirmou que Bolsonaro será exposto como autor intelectual da tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro.
O deputado ainda citou notícias circulando em Brasília sobre os próximos 15 dias, indicando que os fatos ligando diretamente Bolsonaro ao ocorrido em 8 de janeiro serão revelados na quebra de sigilo do tenente-coronel Cid. Junto com os senadores Renan Calheiros e André Janones, Farias busca mudar o foco para a Central da Democracia, pois acredita que a CPI está perdendo importância e está sem direção clara. Ele destacou que a postura do presidente da CPI, que tenta contemporizar e fazer manobras para beneficiar a equipe de Bolsonaro, é diferente da relatora, enfraquecendo o foco da investigação. Farias considerou que a CPI deveria colocar o grupo governista na defensiva e investigar os financiadores, adotando uma postura mais ofensiva.
Diante dessa situação, o deputado Lindbergh Farias, juntamente com os senadores Renan Calheiros e André Janones, decidiu concentrar seus esforços na criação da Central da Democracia, um espaço onde serão discutidos diversos temas relacionados à democracia.
Fonte – Extra