Oito líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) em Alagoas foram transferidos nesta segunda-feira (22) do Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, para unidades prisionais em Maceió. A transferência foi motivada pela identificação de ações visando à expansão do grupo criminoso dentro da prisão, intimidando e ameaçando indivíduos não afiliados, conhecidos como neutros.
Por determinação do juiz Alexandre Machado, da 16ª Vara de Execuções Penais, os reeducandos ficarão em Regime Disciplinar Diferenciado por 180 dias. Esse regime inclui algumas medidas emergenciais, como transferência para celas individuais, visitas quinzenais de apenas duas pessoas, sem crianças, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos. Além disso, as visitas íntimas estão suspensas. Os presos terão direito a duas horas por dia para banho de sol, em grupos de até quatro indivíduos, devendo usar algemas durante as movimentações internas e externas, exceto nas áreas de visita, banho de sol e atendimento assistencial.
A decisão judicial destaca que, somadas as penas dos oito presos, elas ultrapassam 200 anos, com condenações transitadas em julgado, pela prática de homicídios, tráfico, associação para o tráfico, roubo, corrupção de menores, ocultação de cadáver e outros crimes. O magistrado observa que inspeções mensais no sistema prisional alagoano têm identificado um aumento substancial no número de reeducandos que se declaram integrantes de organizações criminosas.
No Presídio do Agreste, foi constatado um movimento de subversão da ordem e disciplina por parte de membros do PCC, bem como iniciativas do Comando Vermelho (CV) para aumentar o número de participantes, o que levou à ocupação de um novo módulo. A operação de transferência dos presos nesta segunda (22) envolveu quarenta policiais penais, com apoio de grupamentos especializados da Polícia Militar, como o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), BPRV (Batalhão de Polícia Rodoviária) e o grupamento aéreo.