O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), se manifestou nesta segunda-feira (10/3) contra a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Casa. Para o petista, a escolha de Eduardo para o cargo é “inaceitável”, apontando que o deputado tem usado seu mandato para ações que, segundo ele, conspiram contra os interesses do Brasil e atentam contra a Justiça brasileira.
Em publicação nas redes sociais, Lindbergh afirmou: “Ele já tem utilizado seu mandato parlamentar para conspirar junto à extrema direita e ao governo de Donald Trump contra o Brasil. É inaceitável que ele utilize o Parlamento brasileiro para continuar com sua campanha atentatória contra a Justiça brasileira e os interesses nacionais”.
A definição das comissões da Câmara dos Deputados está prevista para ocorrer nesta semana, com uma reunião dos líderes partidários agendada para quinta-feira (13/3). A definição segue o critério de proporcionalidade, ou seja, quanto maior a bancada de um partido, mais opções e prioridades ele tem nas indicações.
O PL, sendo a maior bancada da Câmara, terá a primeira escolha nas comissões, e uma das principais apostas do partido é indicar Eduardo Bolsonaro para a presidência da Comissão de Relações Exteriores. Porém, Lindbergh Farias, que lidera o PT, a segunda maior bancada, garantiu que o partido “vai resistir de todas as formas” à indicação de Eduardo Bolsonaro ao posto.
O líder petista argumenta que as atitudes recentes de Eduardo, como a articulação para que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam barrados de entrar nos Estados Unidos, são ações que configuram crimes contra a soberania nacional. Lindbergh considera que o deputado comete “crime de lesa-pátria” e “traição” ao envolver-se em projetos que possam prejudicar as instituições brasileiras.
Em janeiro, Lindbergh, junto com o deputado Rogério Correa (PT-MG), apresentou uma notícia-crime contra Eduardo Bolsonaro, acusando-o de ações que atentam contra a soberania nacional. Na denúncia, os parlamentares pediram ao ministro do STF Alexandre de Moraes que determinasse a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, alegando que ele estaria articulando ações com políticos americanos para constranger e retaliar o Supremo Tribunal Federal.