A carta de exoneração coletiva produzida por Antônio Lenine e assinada por mais onze secretários, coordenadores e chefe de gabinete continua dando o que falar. Com a explícita intenção de prejudicar o início da gestão de Fabiana Pessoa, algumas das pessoas que se recusaram a assinar o documento revelaram que o ainda secretário de Gestão Pública teria tentado pressiona-las a sobrescrever o documento.
“Lenine está tentando a todo custo tumultuar a transição da prefeitura”, afirmou ao 7Segundos uma das pessoas que se recusou a assinar o documento. De acordo com ela, parte dos secretários e chefes de coordenação que não assinaram o documento afirmam que preferem aguardar a decisão da prefeita sobre a exoneração e que mesmo que sejam substituídos, estarão disponíveis para tirar dúvidas de seus sucessores, para garantir o bom andamento das atividades desenvolvidas pela pasta.
A carta fala sobre o legado de Rogério Teófilo que “não morrerá com sua morte, mas continuará através de seus bons exemplos”, ao mesmo tempo em que tenta fazer justamente o contrário, acabando com qualquer possibilidade de continuidade do trabalho que vinha sendo exercido pelo prefeito, que faleceu na última sexta-feira (07).
A primeira assinatura do documento é do próprio Antônio Lenine, como titular da Secretaria de Gestão Pública, que seria o redator do documento e responsável por buscar as demais assinaturas. Também assinaram Carlos Henrique Lúcio da Silva, da Secretaria de Desenvolvimento Rural; Daniel Soares de Freitas Oliveira, da Secretaria de Infraestrutura; Janeo Melania, da Secretaria de Educação e Esportes; Alan Arnaud, da Coordenação de Comunicação; Rodrigo Guedes, da Secretaria de Serviços Públicos; Ibn Pinto, da Coordenação de Monitoramento e Resultados; Anadja Almeida, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Maria de Lourdes Bispo, que trabalhava como chefe de Gabinete do Prefeito.
Ricardo Teófilo, irmão de Rogério Teófilo, também assinou a carta, pedindo exoneração do cargo de superintendente de Transporte e Trânsito. O nome do secretário de Saúde, Glifson Magalhães – genro do prefeito Rogério – também aparece no documento, mas não há a assinatura dele. Portanto, ele continua titular da pasta até decisão contrária de Fabiana Pessoa.
Além dele, outros sete titulares do primeiro escalão da gestão municipal não tiveram os nomes colocados no documento:
- Fabrízio Almeida, titular da Controladoria Geral do Município;
- Waldson Kléber Ernesto Bezerra, presidente do Instituto Municipal da Previdência (Imprev);
- Rafael Gomes Alexandre, titular da Procuradoria Geral do Município;
- Antônio Lôbo, secretário municipal da Fazenda;
- Rosângela Carvalho, secretária municipal da Cultura, Lazer e Juventude;
- Zélia Azevedo, secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo; e
- Várany Kélthone, secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
À frente da secretária de Gestão Pública, Antônio Lenine teve atuação controversa. Chegou a ser chamado de “supersecretário” por interferir em decisões tomadas em outras pastas e é apontado como um dos envolvidos no “escândalo da auditoria”, que está sendo investigado pelo Ministério Público. Como secretário, Lenine era conhecido também por não ter papas na língua e por discutir publicamente e também por meio das redes sociais com quem questiona suas decisões.
Fonte – 7 Segundos