Na última terça-feira (24), a Justiça Federal do Distrito Federal (TRF-1) decidiu suspender uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que estabelecia diretrizes sobre o aborto legal para menores de idade. A medida foi tomada em resposta a um pedido da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que alegou irregularidades durante a 4ª Assembleia Extraordinária do Conanda.
A senadora Damares Alves argumentou que a resolução em questão comprometia a autonomia das famílias ao eliminar a necessidade de denúncia de abuso sexual e de autorização dos pais para a realização do procedimento. Essa mudança, segundo ela, poderia levar a situações em que decisões tão delicadas fossem tomadas sem o devido envolvimento familiar.
No Brasil, o aborto é legal apenas em três circunstâncias específicas: quando há risco de vida para a gestante, em casos de gravidez resultante de estupro e em situações de anencefalia do feto, quando este não possui cérebro. A suspensão da resolução do Conanda gera um novo debate sobre o tema, que é altamente controverso e polarizador no país.
A decisão do TRF-1 poderá impactar a forma como o aborto legal é tratado para adolescentes e traz à tona questões sobre direitos, saúde e a proteção de menores em situações de vulnerabilidade. As implicações dessa suspensão ainda estão sendo analisadas por especialistas e representantes da sociedade civil, que acompanham de perto o desenrolar dessa questão delicada.