O candidato à presidência da Argentina, Javier Milei criticou novamente o presidente Lula, e afirmou que caso seja eleito não irá se encontrar com o líder do país. Em respostas às falas do argentino, o embaixador do país latino no Brasil, Daniel Scioli, disse que não há méritos nas falas do candidato, que podem afetar a relação entre os países.
Javier classificou o presidente petista como “comunista” e “corrupto”, repetindo discurso feito em outras oportunidades. Em entrevista, o candidato de extrema direita voltou a reiterar que caso seja eleito chefe de estado não se encontrar com o Lula e que irá manter contato apenas com aliados do “mundo livre”, citando Estados Unidos e Israel, mas que não irá impedir transações com nenhum país desde que sigam as leis do livre mercado.
“Eles poderão fazer transações comerciais com quem quiserem”, disse Milei. “Vão ter que competir comigo. Vão ter que ganhar o pão com o suor do trabalho. Vão ter que servir seus vizinhos com produtos de melhor qualidade e melhor preço, ou irão à falência. Isso é capitalismo. É disso que se trata”, completou o candidato de extrema-direita.
O incômodo do Embaixador
O embaixador Daniel Scioli não está contente com as falas de Milei, que questionou as razões do candidato de ser contra o Lula e classificou como “absurdo” chamar o presidente brasileiro de corrupto.
Scioli acredita que a Argentina deve ter uma boa relação com o Brasil e ressalta a importância do mercado brasileiro para a indústria argentina e relembrou o acordo de fornecimento de gás da Argentina para o Brasil. “Fechamos com o Brasil um acordo estratégico em que vamos exportar o excedente de gás natural ao Brasil, o que significa um círculo virtuoso para trazer mais dólares para expandir a indústria”, disse Scioli.
Além das críticas ao Brasil, o embaixador argentino lembrou das duras palavras de Milei a China, um dos países parceiros comerciais do país e que isso prejudicaria a entrada da Argentina no Banco do BRICS. “Brasil e China são os dois principais sócios comerciais da Argentina, especialmente para o complexo agro industrial. Quando ele se coloca contra a entrada da Argentina nos Brics, sabemos o que isso pode significar em termos práticos […] isso prejudica a entrada da do país no Banco dos Brics”.O país iniciou processo para se tornar membro da entidade em outubro deste ano.
Fonte – Diário do Poder