Após uma tumultuada audiência pública, realizada na quinta-feira (08) no auditório do Porto de Maceió, onde lideranças ambientais e comunitárias se reuniram pra debater sobre a construção de uma nova unidade de recebimento e estocagem de ácido sulfúrico da Braskem na zona portuária da capital alagoana, entidades sindicais começaram a se posicionar contra o projeto.
Entre eles, o Sindicato dos Advogados de Alagoas (SINDAV) emitiu uma nota de repúdio afirmando seu apoio no embargo da construção. Com os argumentos de risco à via costeira, para o sindicato, caso haja um incidente, as primeiras regiões comprometidas serão os bancos de corais, as piscinas naturais e a zona residencial da parte baixa da capital alagoana.
Além disso, o SINDAV relembrou o desastre ambiental causado pela mineradora em cinco bairros de Maceió, ao qual as consequências do isolamento social e da retirada de moradores é sentida até os dias atuais.
A audiência foi convocada pela empresa francesa Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes, que é responsável pela implantação do empreendimento. Técnicos contratados pela empresa fizeram a apresentação do projeto, mostrando o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental realizado sobre implantação e o funcionamento da unidade a ser construída no Porto de Maceió, no bairro de Jaraguá.
A maioria dos participantes da audiência se mostrou contra a realização do projeto, demonstrando preocupação com o local escolhido para a armazenagem de ácido sulfúrico. A implantação de um terminal químico também é questionada por ambientalistas, que afirmam ainda existir dúvidas nos estudos e medidas adotadas para a construção.
Há ainda riscos sobre o transporte e circulação da substância nas ruas de Maceió. O projeto de construção foi autorizado em 2020, no governo do presidente Jair Bolsonaro, e tem prazo previsto de 25 anos, com possibilidade de prorrogação por até 70 anos.
Leia nota na íntegra:
Após audiência realizada no último dia 7 sobre a instalação de terminal químico no Porto de Maceió pela Braskem, o SINDAV vem a público apoiar o embargo da construção.
Para o sindicato, a iniciativa representa um risco às nossas vias costeiras, uma vez que, em caso de incidente, as primeiras regiões comprometidas são o banco de corais, as piscinas naturais e a zona residencial do coração na nossa capital.
O dano ambiental já ocasionado pela Braskem em Maceió não pode ser esquecido.
Fonte – Extra