Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10) mostram que a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, fechou dezembro com alta de 0,52%. No acumulado de 2024, o índice registrou avanço de 4,83%, ultrapassando o limite superior da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que era de 4,5%.
O resultado de dezembro representa uma aceleração em relação a novembro, quando a variação foi de 0,39%. Esse comportamento reflete pressões pontuais em setores-chave, como alimentos e transportes, apesar de algumas quedas localizadas, como na energia elétrica.
Alimentos dominam alta de preços em dezembro
O grupo Alimentação e bebidas foi novamente o principal responsável pelo aumento dos preços, com alta de 1,18% no mês, contribuindo com 0,25 ponto percentual para o índice geral. Tanto os alimentos consumidos em casa (+1,17%) quanto fora do domicílio (+1,19%) pressionaram o orçamento das famílias.
As carnes, um item essencial na cesta básica, registraram alta média de 5,26%, com cortes como costela (+6,15%) e alcatra (+5,74%) liderando os aumentos. Outros produtos importantes também subiram, como óleo de soja (+5,12%) e café moído (+4,99%).
Apesar do cenário de alta, alguns alimentos tiveram redução significativa nos preços, como o limão (-29,82%) e a batata-inglesa (-18,69%), oferecendo um pequeno alívio no setor.
Habitação reduz pressão com queda na energia elétrica
O único grupo que registrou queda foi o de Habitação, com retração de 0,56% em dezembro. Esse resultado foi influenciado principalmente pela redução de 3,19% nas tarifas de energia elétrica residencial, após o retorno da bandeira tarifária verde. Essa mudança eliminou os custos adicionais que vinham sendo cobrados em meses anteriores.
Transportes e serviços também pressionam o índice
Outro destaque do mês foi o grupo Transportes, que teve alta de 0,67%. O aumento foi impulsionado pelo transporte por aplicativos, cujos preços dispararam 20,70% no período, e pelas passagens aéreas (+4,54%).
Já os serviços, embora tenham mostrado desaceleração em relação a novembro, continuam sendo um dos vilões da inflação. Em dezembro, a alta foi de 0,66%, acumulando 4,78% no ano.
Inflação em 2024: o peso das carnes e dos alimentos
No acumulado do ano, o aumento nos preços foi generalizado, mas o grupo Alimentação e bebidas teve o maior impacto, respondendo por 1,63 ponto percentual da inflação total. As carnes lideraram esse movimento, com alta de 20,84% em 2024, registrando o maior avanço desde 2019.
Outros setores, como Saúde e cuidados pessoais (+6,09%) e Educação (+6,70%), também se destacaram no ano, mostrando que a inflação foi sentida em diversas áreas do orçamento das famílias.
Com os números acima do teto da meta, os desafios para 2025 incluem não apenas conter o avanço nos preços dos alimentos, mas também equilibrar setores estratégicos, como energia e transportes, que continuam a impactar fortemente o índice geral.