
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), viajou para o exterior acompanhado da família e informou aos líderes partidários que só tomará decisões sobre temas polêmicos após o feriado da Páscoa. A ausência do parlamentar impacta diretamente o andamento do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e do processo de cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Sem a tradicional reunião de líderes, que geralmente ocorre às quintas-feiras, Motta também determinou que as votações da próxima semana sejam realizadas de forma remota, sob comando do vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ). O deputado já sinalizou que não tomará nenhuma decisão sobre o projeto de anistia durante o período de ausência do titular.
Enquanto isso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o requerimento de urgência para o projeto da anistia só será apresentado na próxima reunião de líderes, marcada para 24 de abril. A expectativa é que a votação da urgência ocorra apenas no final do mês, dependendo da obtenção das 257 assinaturas necessárias para levar o requerimento ao plenário.
O projeto de anistia tem gerado controvérsias dentro e fora do Congresso, especialmente após manifestações públicas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defende a medida como forma de reparação às centenas de condenados pelos atos golpistas contra as instituições democráticas.
Com a decisão de Motta de deixar as discussões para depois da Semana Santa, os debates sobre a proposta devem ser intensificados nas próximas semanas, em meio ao clima de polarização política que domina o Legislativo.