Nesta terça-feira(6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou qualquer conflito com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que não participaria de uma reunião com líderes partidários e que foi cancelada pouco depois de ser divulgada oficialmente.
Haddad estava programado para se reunir com líderes partidários da Câmara às 16h30, sem a presença de Lira, um dia após o deputado proferir um discurso contundente contra o governo.
O ministro esclareceu que a reunião não foi cancelada por sua iniciativa, mas sim adiada pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara. Em declaração aos jornalistas, Haddad afirmou que “está tudo bem” em relação a Lira, e que “vai dar tudo certo” entre o Legislativo e o Planalto.
Fontes próximas a Lira alegam que a reunião, destinada a Haddad apresentar a pauta prioritária do ano ao Legislativo, foi marcada sem o devido aviso, gerando críticas internas. Após o Carnaval, uma nova data deve ser marcada.
Durante a cerimônia de abertura do ano legislativo, Lira enfatizou a importância do cumprimento dos acordos firmados pelo governo federal, atribuindo ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, a responsabilidade pelo descumprimento desses compromissos, especialmente a liberação de verbas de emendas parlamentares, principalmente para a área da saúde.
Apesar de sinalizar que poderia pedir a troca do negociador do governo, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, negou que haja alguma possibilidade de Padilha deixar a articulação.
“O trabalho de articulação política é coordenado pelo Padilha, mas envolve todo o governo. […] É da natureza da relação que se estabelece com o governo, com os partidos que compõem a base esse trabalho de articulação. Evidente que cada um de nós tem referência em uma determinada bancada”, disse em entrevista.
Pimenta também minimizou o impacto do discurso de Lira, dizendo que faz parte de uma “retórica” de deputados que o apoiam na Câmara.
Lira afirmou durante a abertura do ano Legislativo que “o orçamento é de todos e de todas os brasileiros e brasileiras. Não é e não pode ser de autoria exclusiva do Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar do seu preparo, que não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola do sapato percorrendo os municipais brasileiros como nos parlamentares senadores e deputados”.
Ele emendou afirmando que “não subestimem essa mesa diretora, não subestimem os membros do parlamento dessa legislatura”, recebendo aplausos dos parlamentares.