O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (30/10) que a equipe econômica e a Casa Civil chegaram a um acordo sobre as medidas de controle de gastos, após um encontro com o ministro Rui Costa na última terça-feira (29/10).
“Ontem foi boa a reunião, porque houve uma convergência importante em torno de um princípio de fortalecimento do arcabouço fiscal e uma ideia que precisa ser trabalhada juridicamente, mas que atende à Fazenda”, disse Haddad aos jornalistas.
Apesar das medidas terem recebido o aval das duas massas, Haddad destacou que a prioridade agora é a formulação de uma emenda constitucional, conferindo segurança jurídica para as ações de ajuste de gastos. Segundo ele, não há urgência para concluir o texto e encaminhá-lo ao Congresso Nacional.
O mercado manifestou certa inquietação com a “demora” na apresentação das medidas de redução de despesas, que estavam previstas para serem anunciadas após o segundo turno das eleições municipais. Para Haddad, “uma semana não vai prejudicar”.
“Pelo contrário, você vai melhorar a qualidade do trabalho. Eu até entendo a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas”, falou.“Você está lidando com as finanças públicas, você não pode errar”, frisou. “Meu trabalho é esse. Tentar entregar a melhor redação possível para que haja compreensão do Congresso, da situação do mundo e do Brasil e [que] nós podemos ancorar as expectativas e sair dessa redemoinho que não faz sentido, à luz dos indicadores econômicos do Brasil”, completou ele.
Questionado sobre o impacto financeiro das medidas, Haddad apenas esclarece que será “o impacto necessário para que o arcabuço seja cumprido, independentemente da dinâmica de uma rubrica específica ou não”.O arcabouço fiscal, também conhecido como Marco Fiscal, é uma nova regra de controle das contas públicas que substitui o teto de gastos, atuando como a forma atual de controle do endividamento público no Brasil.