O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou nesta segunda-feira (24) a necessidade do crescimento econômico para a realização de um ajuste fiscal eficaz no Brasil. Durante o evento P3C 2025, realizado em São Paulo e voltado para parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, Haddad destacou que “não existe um ajuste fiscal possível” sem expansão da economia nacional.
“O arcabouço fiscal aprovado prevê um piso de investimento público. Acredito ser a primeira lei federal a estabelecer esse piso, justamente para recuperar a ideia de que, se o Brasil não crescer, não existe ajuste fiscal possível”, afirmou o ministro.
Haddad relembrou que o Brasil enfrentou uma década de dificuldades no crescimento econômico e, mesmo sob a vigência da regra do teto de gastos, registrou um déficit recorde. Segundo ele, para que uma meta fiscal seja factível, é necessário que o governo também promova o crescimento econômico.
O ministro destacou ainda que, caso o governo mantenha a perseverença no cumprimento do arcabouço fiscal, os resultados primários tendem a melhorar ao longo do tempo. “E, com crescimento, isso vai abrindo espaço para mais investimento”, explicou.
Questionado sobre os desafios fiscais e a necessidade de investimentos públicos, Haddad ressaltou que a solução do problema não depende exclusivamente do arcabouço fiscal. Ele citou o exemplo do final de 2023, quando o governo precisou adotar uma série de medidas fiscais para equilibrar as despesas. Uma dessas medidas incluiu o bloqueio de R$ 5,5 bilhões no Orçamento de 2024, totalizando R$ 17,6 bilhões em cortes ao longo do ano.
Haddad também comemorou o recorde de investimentos em infraestrutura em 2024, atribuindo o feito a um planejamento rigoroso e a uma gestão financeira sóbria. Ele ressaltou que o crescimento econômico foi essencial para a expansão dos investimentos. “Se o PIB não tivesse crescido, como teríamos receita para bancar com sustentabilidade os investimentos que nós temos contratado?”, questionou.