O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), figuras de destaque na base política do presidente Lula, protagonizaram uma série de críticas públicas na última semana, após divergências sobre estratégias de campanha.
A tensão começou quando Campos comentou sobre a recente campanha de Boulos à Prefeitura de São Paulo, sugerindo que o deputado tentou “adotar uma roupagem nova” que, segundo ele, não teria sido bem recebida pelo eleitorado. “Tem uma frase que é assim: ‘Você acha que o povo não pensa, mas pensa’. Então, as pessoas percebem essas mudanças, especialmente perto da eleição”, disse Campos.
Boulos, por sua vez, reagiu à crítica em entrevista ao Folha de S.Paulo, questionando a coerência política do prefeito pernambucano, que em 2020 usou o slogan “PT nunca mais” para vencer a eleição municipal, mas hoje apoia o governo de Lula. “Hoje, que o Lula é presidente, ele virou o maior lulista do país. Então, menos, não é? Para querer dar lição de moral alheia”, rebateu Boulos.
O embate entre os dois levanta questões sobre alianças e coerências dentro da base governista, refletindo as tensões de interesses e visões estratégicas para futuras disputas eleitorais.