
O Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Saúde, anunciou nesta quarta-feira (23) a criação do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), que substituirá o Enade na avaliação dos cursos de medicina no país. A nova prova será obrigatória para formandos, optativa para médicos já graduados e funcionará como critério de seleção para residências médicas, unificando-se ao Exame Nacional de Residência (Enare).
A primeira edição do Enamed está prevista para outubro de 2024 e será aplicada anualmente. A avaliação contará com 100 questões abordando áreas básicas da medicina, como ginecologia, pediatria, clínica médica, cirurgia e medicina da família. A expectativa do governo é que cerca de 42 mil recém-formados participem da prova neste ano.
Segundo o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, o novo formato estimulará a seriedade e o engajamento dos estudantes.
“A adesão das escolas públicas e privadas será maior, pois a nota servirá para concorrer diretamente a vagas de residência médica”, explicou.
A unificação com o Enare permitirá que a nota do Enamed seja usada para acesso direto às residências. O candidato com a melhor pontuação poderá escolher a especialidade e instituição de preferência, desde que as vagas estejam disponíveis no programa.
Avaliação durante o curso
O ministro da Educação, Camilo Santana, também anunciou que o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutirá a criação de uma prova de progresso a ser aplicada no meio da graduação em medicina. O objetivo é permitir a correção de deficiências nos cursos antes da conclusão dos estudos.
“A ideia é que essa avaliação ocorra ao longo do curso, porque ao final já não há mais tempo para corrigir eventuais falhas na formação dos alunos”, declarou Santana.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que o modelo de avaliação progressiva está alinhado com as melhores práticas internacionais de formação médica.
Controle da abertura de novos cursosO MEC também informou que está revisando os pedidos de novos cursos de medicina que foram protocolados fora do Edital do Mais Médicos, programa que define critérios rigorosos para abertura de faculdades em regiões com carência de profissionais.
Camilo Santana destacou que, das 60 mil vagas propostas em processos judicializados, apenas 7% estão sendo autorizadas, por atenderem aos critérios exigidos em termos de infraestrutura, localização e convênios com hospitais.
Com a implementação do Enamed e o reforço na regulação de novos cursos, o governo federal pretende elevar a qualidade da formação médica no Brasil e fortalecer o sistema de saúde com profissionais mais bem preparados.