Famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil agora poderão financiar a casa própria com condições especiais pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A ampliação da faixa de beneficiários foi anunciada pelo governo federal como parte de uma estratégia para facilitar o acesso à moradia para a classe média.
A mudança foi viabilizada com a destinação de mais de R$ 18 bilhões ao programa no Orçamento de 2025, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional. Além disso, um decreto presidencial regulamenta o uso do Fundo Social, abastecido pelo Pré-Sal, como fonte de financiamento para o programa. Com isso, estima-se que 120 mil famílias sejam atendidas já no próximo ano.
Novas condições de financiamento
Antes da ampliação, a faixa mais alta do Minha Casa, Minha Vida contemplava famílias com renda de até R$ 8 mil. Com a nova categoria, os financiamentos poderão chegar a 420 meses (35 anos), com juros de 10,5% ao ano para imóveis de até R$ 500 mil.
Além dessa novidade, o programa mantém condições diferenciadas para outras faixas de renda. Veja como ficam as taxas de juros para cada grupo:
- Até R$ 2 mil – juros de até 4,5% ao ano
- Até R$ 2.640 – juros de até 4,75% ao ano
- Até R$ 3.200 – juros de até 5,25% ao ano
- Até R$ 3.800 – juros de até 6% ao ano
- Até R$ 4.400 – juros de até 7% ao ano
- Até R$ 8 mil – juros de até 8,16% ao ano
Impacto político e social
A decisão de incluir a classe média no Minha Casa, Minha Vida também reflete um movimento político do governo Lula. A base de apoio do presidente enfrenta resistência nesse segmento da população. Dados da pesquisa Genial/Quaest de março mostram que apenas 36% dos eleitores que ganham entre dois e cinco salários mínimos aprovam a atual gestão.
Com a ampliação do programa, o governo busca não apenas atender a uma demanda habitacional crescente, mas também melhorar sua avaliação entre esse público, que muitas vezes encontra dificuldades para acessar crédito imobiliário com condições vantajosas.