Em meio a um cenário de dificuldades financeiras que afetam serviços essenciais como saúde, educação e segurança, o governo de Alagoas tem destinado recursos públicos para patrocinar eventos privados, muitos deles considerados de luxo e com ingressos que chegam a custar quase dois salários mínimos.
Um dos casos mais emblemáticos é o do Réveillon Celebration, declarado recentemente como patrimônio cultural e imaterial de Alagoas por meio de um projeto de lei sancionado pelo governador Paulo Dantas. Além do reconhecimento oficial, o evento recebeu R$ 300 mil em verbas estaduais, o que gerou críticas de setores da sociedade e de figuras públicas. O deputado federal Fábio Costa, por exemplo, usou as redes sociais para questionar a prioridade dada pelo governo.
Enquanto isso, problemas graves se acumulam em áreas essenciais. Viaturas da Polícia Civil e da Polícia Militar, alugadas pelo Estado junto à empresa Localiza, foram recolhidas devido à falta de pagamento. Além disso, as obras do Quartel Geral da Polícia Militar foram interrompidas por insuficiência de recursos.
Na saúde e na educação, servidores têm organizado manifestações para reivindicar melhores salários e condições de trabalho, destacando a insatisfação com o descaso do governo em relação às necessidades da população. A escolha por investir em eventos privados de alto custo, enquanto serviços básicos enfrentam colapso, tem levantado questionamentos sobre as prioridades da administração estadual e gerado forte repercussão entre os alagoanos.