O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) está acompanhando as investigações sobre a crise política em Rio Largo, que envolvem uma suposta tentativa de golpe contra o prefeito Carlos Gonçalves (PP). A ação faz parte de um inquérito policial conduzido pelo delegado José Carlos André dos Santos e monitorado pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL).
De acordo com o MPAL, o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, a promotora Louise Teixeira, da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, e o Gaeco mantêm um diálogo contínuo com a Polícia Civil para garantir a elucidação dos fatos e a responsabilização dos envolvidos.
Prefeito nega renúncia e acusa vereadores de fraude
A investigação foi aberta após a Câmara Municipal anunciar que Carlos Gonçalves teria renunciado ao cargo na segunda-feira (31). O prefeito nega a renúncia, afirma que o documento apresentado é falso e entrou na Justiça para impedir seu afastamento.
A ação, protocolada na 1ª Vara Cível de Rio Largo sob o número 0700911-10.2025.8.02.0051, busca anular a posse do presidente da Câmara, vereador Rogério Silva (PP), que assumiu o comando da prefeitura. O vice-prefeito Peterson Henrique também assina o pedido.
Entre os investigados estão, além de Rogério Silva, os vereadores Rafael Rudson Feitosa Pinto, Carlos Henrique Rolin Vasconcelos, Douglas Henrique de França e Márcio Soares Cavalcante.
Carlos Gonçalves denuncia tentativa de golpe
Diante da crise, o prefeito divulgou um vídeo nas redes sociais reafirmando que segue no cargo e classificando a ação da Câmara como uma tentativa criminosa de golpe.
“Não existe carta de renúncia com minha assinatura. É uma carta falsa, fruto de uma tentativa criminosa de golpe. Eu assumi um compromisso com a população de Rio Largo e vou cumprir. Rio Largo não tem dono. É uma cidade do povo e de Deus. Sigo sendo prefeito, eleito democraticamente”, declarou.
A denúncia foi encaminhada à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e a outras instâncias do Judiciário. Segundo Gonçalves, a suposta manobra teria sido articulada pelo ex-prefeito Gilberto Gonçalves (GG) e pelo presidente da Câmara, Rogério Silva.
“Essa carta de renúncia é fraudulenta, inconstitucional e inválida! Não renunciei ao meu mandato, e nunca irei renunciar! Já tomamos as providências cíveis e criminais necessárias para reafirmar nossa legitimidade e o poder que nos foi concedido pelo povo!”, afirmou o prefeito em nota oficial.
Com o Gaeco envolvido nas investigações e a disputa judicial em andamento, os próximos dias serão decisivos para o futuro político de Rio Largo.