A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é acusada de ter realizado espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos dessa operação estariam Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Bolsonaro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e diversos jornalistas. A revelação surgiu a partir de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a Polícia Federal a iniciar a 4ª fase da Operação Última Milha.
O objetivo da Operação Última Milha é desmantelar uma organização criminosa que supostamente realizava monitoramento ilegal de autoridades públicas e produzia notícias falsas utilizando sistemas da Abin. A Polícia Federal informou que os investigados poderão ser acusados de crimes como organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivos informáticos.
O esquema de espionagem teria ocorrido entre 2019 e 2021, período em que Alexandre Ramagem dirigia a Abin. Atualmente, Ramagem é deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL. A investigação da Polícia Federal já identificou que diversas personalidades foram monitoradas, incluindo ministros do STF, deputados, senadores, um ex-governador e jornalistas.
Entre os alvos da operação estão os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux; os deputados Arthur Lira, Rodrigo Maia (então presidente da Câmara), Kim Kataguiri e Joice Hasselmann; os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues; o ex-governador de São Paulo João Doria; e os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista. A Polícia Federal cumpre mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.