Neste domingo (11), em coletiva no centro de imprensa do G20, ao lado do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou a necessidade de união entre os países-membros do grupo para enfrentar desigualdades globais e crises emergentes. O evento ocorre na segunda (18) e terça-feira (19) e conta com a participação de líderes como o presidente argentino Javier Milei, conhecido por sua oposição ao multilateralismo e a acordos climáticos.
“A Agenda 2030 é um consenso global e uma ferramenta essencial para reduzir as desigualdades. É vital que os países do G20 ajam com espírito de consenso e bom senso, garantindo decisões que fortaleçam a ordem internacional. Divisões no G20 enfraquecem sua relevância global, algo que não podemos permitir em um mundo já fragmentado por divisões geopolíticas”, afirmou Guterres.
O impacto do governo Trump
Ao abordar a influência do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que inicia seu mandato em 2025, Guterres destacou a importância de preservar o diálogo multilateral. “Manter o multilateralismo e as instituições internacionais é essencial. Um diálogo mínimo, baseado na lei internacional, é a melhor resposta a possíveis desafios vindos de políticas isolacionistas”, declarou.
Crise climática em destaque
Vindo da COP 29, no Azerbaijão, Guterres alertou que 2024 pode ser o ano mais quente já registrado. Ele destacou a necessidade de liderança das grandes economias, citando os Estados Unidos como exemplo: “Mesmo com desafios, o mercado americano está avançando em direção a opções sustentáveis. Falhar não é uma opção”.
Necessidade de reforma no Conselho de Segurança
Outro tema central foi a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que Guterres considerou ultrapassado. “Ele reflete o mundo de 1945, com três membros permanentes europeus e nenhum da África ou América Latina. É necessária uma reforma que inclua o Sul Global e torne o Conselho mais eficaz e legítimo.”
Oriente Médio e Palestina
Ao comentar o conflito Israel-Palestina, Guterres pediu coerência global na aplicação da lei internacional e defendeu um cessar-fogo imediato em Gaza. “Devemos garantir direitos para palestinos e israelenses, promovendo uma solução de dois Estados que traga paz e segurança.”
A cúpula do G20 será um teste crucial para o diálogo global em um momento de múltiplas crises e desafios. As decisões tomadas no Rio de Janeiro podem influenciar o rumo de questões climáticas, sociais e geopolíticas.