Fontes do mercado financeiro internacional informaram que a Adnoc [Abu Dhabi National Oil] apresentou uma nova oferta no valor de R$ 10,5 bilhões para adquirir o controle acionário da Braskem. O Fundo dos Emirados Árabes teria oferecido R$ 37,29 por ação para comprar a maior parte da fatia de 38,3% detida pelo maior acionista da petroquímica, a Novonor.
Diferentemente da primeira oferta, na ocasião em parceria com o fundo Apollo, desta vez a Adnoc manifestou à Petrobras que deseja que a estatal permaneça como acionista, formando assim uma aliança que tem potencial para ser o primeiro passo para que a Braskem avance no mercado internacional.
A oferta, apresentada para a Novonor e para os bancos credores e comunicada à Petrobras, prevê o pagamento de metade dos recursos à vista. O restante deve ser pago por meio da emissão de uma note de sete anos, em dólares, com juro de 7,25% ao ano. Até o terceiro ano, o juro seria “acruado” (incorporado ao principal) e, a partir do quarto ano, deve haver o pagamento de cupom. A amortização da dívida acontece apenas no vencimento do papel.
Essa proposta é pelo total de 38,3% das ações da Novonor – e que hoje estão nas mãos dos bancos credores. Mas a Adnoc levaria uma fatia de 35,3% e 3% ficariam com a Novonor. A governança da companhia, entretanto, estaria totalmente nas mãos da Petrobras e da companhia.
Caso a oferta seja aceita, a Adnoc iniciará a chamada “due diligence” completa na Braskem. O processo serve para compreender se os números e procedimentos apresentados pela companhia refletem na sua realidade de mercado, nas suas potencialidades e riscos para o futuro próximo e longo. Depois disso é que deve vir a proposta vinculante, em que as partes firmam o compromisso de compra e venda da companhia.
A nova proposta da Adnoc é considerada uma solução mais simples, especialmente para os bancos. E que vai ao encontro dos interesses de todas as partes envolvidas no atual momento do ciclo petroquímico. Do lado da Novonor, deve permitir que a empresa encaminha a sua recuperação judicial.
Unir forças com a Petrobras neste momento parece fazer sentido, não apenas porque a petroleira é a principal fornecedora de matéria-prima, mas por deter também expertise no setor. Hoje, a Adnoc é líder em óleo e petroquímica na Ásia, África e Europa. E vê na Braskem uma plataforma para alcançar também a América Latina.
Fonte – GazetaWeb