Desde o mês passado que é prometida, pelo MDB palaciano, uma frente de oposição ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), dentro da Câmara Municipal de Maceió.
As articulações desse grupo estão sendo comandadas pelo ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil), que já foi um aliado de JHC, mas hoje se encontra ao lado do governador Paulo Dantas (MDB) e do senador Renan Calheiros (MDB).
Por sinal, conforme informações de bastidores, Maia só não deixou ainda o União Brasil por conta da possibilidade de assumir o mandato na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Sair da legenda seria perder a suplência. Desde então, o ex-parlamentar tem se esforçado para trazer vereadores da capital alagoana para dentro da oposição.
No início, era prometida uma frente com pelo menos 10 edis. No entanto, até o presente momento, apenas dois vereadores seguem tendo fortes discursos de oposição: Joãozinho (PSD) e Gaby Ronalsa (PV).
É válido frisar, entretanto, que Joãozinho se encontra na oposição desde o início de seu mandato, em razão de seus posicionamentos políticos e da ligação com o atual secretário estadual de Infraestrutura, Rui Palmeira (PSD). Ronalsa aderiu ao lado “emedebista” antes mesmo da formação de uma “frente”.
Fora a dupla, outros edis – tidos como possíveis opositores – sempre tiveram um discurso de “independência”, como é o caso de Teca Nelma (PSD).
O bloco palaciano buscou nomes como o de Siderlane Mendonça (PL) – ex-líder do governo JHC na Casa – mas este reafirmou sua posição de base governista.
Um dos nomes do MDB, Olívia Tenório, chegou a ser contabilizada na oposição, mas JHC conseguiu mantê-la na base. Outros emedebistas afrontaram o senador Renan Calheiros. É o caso do presidente da Câmara Municipal de Maceió, Galba Netto (MDB), e de Chico Filho (MDB), que assumiu a liderança do prefeito no Legislativo.
O bloco articulado por Davi Maia chegou a contar com Cal Moreira (PV), mas o edil estreitou laços com JHC.
Em resumo: a vida de Maia para montar o palanque da oposição dentro do Legislativo municipal não é fácil, pois nem os emedebistas querem se indispor. Raros são os discursos de oposição que não venham de Joãozinho e Gaby Ronalsa.
Nessa semana, um episódio deixou isso muito claro: o vereador Alan Balbino (PSD) foi à tribuna criticar os gastos do prefeito JHC com o milionário São João de Maceió, mas foi rechaçado pela maioria dos colegas, incluindo a emedebista Silvânia Barbosa, que defendeu os festejos juninos. Balbino só encontrou “ressonância” em Joãozinho. O que era para ser um ataque ao prefeito, politicamente não funcionou.
Nos bastidores, a postura de Balbino foi lida como uma questão política, uma vez que é suplente do secretário de Estado da Prevenção e Violência, Kelmann Vieira. Ou seja: se Balbino não for oposição, corre o risco de perder a cadeira para o retorno de Vieira.
O petista Doutor Valmir – que faz parte de uma agremiação que é base do governo de Paulo Dantas (MDB) – também tem sido discreto quando o assunto é ser “oposição”.
Se Maia achava que seria fácil cooptar os vereadores, eis que se encontra com uma árdua missão nas mãos, inclusive não conseguiu – como havia prometido – lançar uma frente de oposição de forma pública.
Pelo menos, até aqui, JHC tem conseguido ganhar essa batalha pelos espaços dentro do Legislativo municipal.
Fonte – Cada Minuto