Quatro vereadores eleitos em Campo Grande, no Agreste de Alagoas, podem ter seus mandatos impugnados devido a suspeitas de fraude à cota de gênero. A Justiça Eleitoral investiga a suposta candidatura fictícia de mulheres para atender aos requisitos eleitorais; com isso os parlamentares Geno da Maraba, Pitu, Saulo Moura e Zinho, todos do Partido Democrático Trabalhista (PDT), correm risco de perder seus cargos no Legislativo Municipal.
Conforme a denúncia investigada pela Justiça Eleitoral, três mulheres, candidatas do PDT, Toinha, Rafaela Moura e Leide Vieira, receberam votações mínimas, com apenas um ou dois votos cada, o que levantou suspeitas de candidaturas laranja. As candidaturas dessas mulheres teriam sido registradas apenas para cumprir a cota mínima de 30% de mulheres exigida pela legislação eleitoral.
Além disso, a distribuição do Fundo Partidário aumentou a desconfiança. O PDT recebeu R$ 29 mil desse fundo, e as três candidatas investigadas foram as que mais receberam recursos, com R$ 7 mil cada, enquanto outros candidatos receberam quantias muito inferiores, algumas pouco acima de R$ 500.
A relação dessas candidatas com Saulo Moura fortalece as suspeitas de fraude. Rafaela Moura é esposa de Saulo Moura, e Leide Vieira, que obteve apenas um voto, é esposa de Aldo de Lima, ex-vereador e candidato na última eleição, mas não eleito. Já Toinha é esposa de Dedé do Mauro, ex-tesoureiro da Câmara na gestão de Saulo Moura como presidente do parlamento municipal.
Caso a Justiça Eleitoral confirme a fraude à cota de gênero, os mandatos dos vereadores eleitos podem ser anulados, e os votos atribuídos ao partido poderão ser considerados inválidos, o que impactaria diretamente a composição da Câmara Municipal.
Agora, a justiça eleitoral reabriu o prazo para contestação, o que permite aos vereadores citados apresentarem suas defesas. A Justiça Eleitoral analisará as provas e argumentos antes de tomar uma decisão definitiva.