Considerado atualmente o maior e mais forte adversário dos Calheiros em Alagoas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vem tirando o sono do senador Renan Calheiros (PMD-AL), que não tem poupado palavras para atingir Lira.
Os ataques do pai do ministro dos Transportes, Renan Filho, tem três grandes motivos: o primeiro é tentar minar o poder que o deputado federal vem alcançando em Alagoas, onde vem costurando alianças fortes — ressalte-se, por exemplo, a Prefeitura de Maceió, o maior colégio eleitoral do estado. O segundo é a possibilidade do velho senador perder a cadeira do Senado para o próprio Lira, caso os dois decidam disputar uma vaga de senador nas eleições de 2026.
Renan Calheiros sabe que o cargo de presidente do Poder Legislativo Federal confere a Lira um poder que, atualmente, Renan não tem — um deles a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por questões que sua função lhe confere —, o que dá ao deputado federal uma grande possibilidade de ganhar a cadeira do próprio senador alagoano — se Lira, obviamente, se dispor a concorrer a uma vaga no Senado.
O terceiro motivo é a instauração da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, que tem Renan Calheiros como um dos cotados para participar dos trabalhos, o que provocou reação contrária em Lira.
Em entrevista ao O Globo, o presidente da Câmara dos Deputados deixou claro que tentará impor limites à participação de Renan, independentemente do governo: “O senador Renan, caso queira ser presidente da CPMI, precisará de votos. Para ser relator, precisará construir um acordo. Não depende do governo”, disse Lira.
A julgar pela reação de Renan Calheiros, as farpas estão apenas começando. Aguardemos.