O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quitou antecipadamente uma mansão comprada por R$ 6,1 milhões em 2021. A casa, localizada no Lago Sul, região nobre de Brasília, foi adquirida com uma entrada de R$ 2,87 milhões e um financiamento de R$ 3,4 milhões com o Banco BRB, a ser pago em 30 anos. Contudo, o débito foi quitado apenas três anos após o fechamento do negócio, com o senador pagando uma prestação mensal de R$ 18.744,16, enquanto seu salário bruto é de R$ 44 mil.
A informação, inicialmente divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi citada em uma ação da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) contra Flávio e o banco. Ela alega que o banco contrariou suas próprias regras internas ao conceder o empréstimo, já que a renda do senador e de sua esposa não seria suficiente para obter o financiamento. A deputada solicitou a nulidade do empréstimo por essas razões.
Segundo o Estadão, a quitação da dívida imobiliária ocorreu com seis pagamentos extras, que variaram entre R$ 198 mil e R$ 997 mil, totalizando R$ 3,4 milhões. O último pagamento foi realizado em março deste ano. A mansão de Flávio, com 1.100 m², inclui piscina, jardim planejado, academia, espaço gourmet e cinco suítes. Flávio Bolsonaro afirmou que todos os recursos são de origem lícita, mas não detalhou a procedência do dinheiro.
Em declaração, o banco afirmou que a operação de crédito foi regular e não causou prejuízo, já que não houve inadimplência. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) solicitou comprovantes de renda e patrimônio de Flávio Bolsonaro, que alegou ser empresário e advogado, além de senador. Flávio afirmou que entrará com processo contra Érika Kokay por litigância de má-fé e que o dinheiro utilizado na compra da mansão é fruto de seu trabalho. O BRB informou que Flávio comprovou renda através de contracheque do Senado e declarações de Imposto de Renda.