Há mais de dois anos, os moradores de União dos Palmares enfrentam um drama cotidiano: a falta de água. Apesar das promessas de melhorias, a concessionária Verde Ambiental Alagoas S/A não tem conseguido atender às demandas básicas da população. Agora, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) busca na Justiça uma resposta definitiva.
Em uma ação civil pública movida pela 2ª Promotoria de Justiça, o MPAL exige que a empresa regularize, em até cinco dias, o fornecimento de água potável para diversas comunidades do município, como o Conjunto Habitacional Nova Esperança, o Centro e o Residencial Morada das Árvores, entre outros. A promotora Eloá de Carvalho foi enfática ao descrever a gravidade da situação:
“Postulamos o fornecimento de água para todos os consumidores do município de União dos Palmares. A água, bem essencial à vida e à dignidade humana, precisa chegar em quantidade suficiente.”
Além do abastecimento regular por meio da rede de distribuição, a promotora cobra que, nos casos de interrupção, o fornecimento seja garantido por caminhões-pipa, com os custos arcados pela concessionária. Também foram pedidos relatórios mensais detalhando a prestação do serviço e um prazo de 45 dias para revisão completa das tubulações e redes de distribuição.
População em desespero
O problema, que remonta a 2022, já levou o MPAL a tomar diversas medidas, incluindo audiências públicas e fiscalizações pela Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos (Arsal). Mesmo assim, os relatos de falta d’água continuam, e a situação atingiu seu ápice em janeiro deste ano, com moradores afirmando estar sem abastecimento por mais de 30 dias consecutivos.
Eloá de Carvalho destacou que a intermitência no fornecimento atenta contra direitos básicos:
“A ausência de água acarreta uma série de danos e transtornos. […] Tais falhas inviabilizam a realização de atividades básicas, como a higiene pessoal e doméstica, chegando, em casos extremos, a privar a população até mesmo de água para beber ou preparar alimentos.”
Busca por uma solução definitiva
A ação judicial não é apenas uma cobrança imediata, mas também busca garantir mudanças estruturais. A manutenção e desobstrução da rede, além do reparo de vazamentos, são apontadas como medidas imprescindíveis para evitar que o problema persista.
A população de União dos Palmares aguarda, agora, que a Justiça dê celeridade ao caso e que a Verde Ambiental Alagoas S/A cumpra suas obrigações. Afinal, como reforçou a promotora, água não é apenas um direito básico, mas um pilar essencial para a dignidade humana.