Deixando de lado as profundezas do esquema com a areia branca do Francês, onde peixes graúdos estão sem dormir, que tal utilizar a areia da laguna Mundaú para preencher as minas da Braskem? Simples, fácil, prático, muito mais rápido e econômico, mas… extremamente mais burocrático, porque o processo de licença ambiental demoraria muito tempo (foi o que ouvi de uma fonte segura, que pediu anonimato – por que pediu?).
Mas como é possível que alguém não tenha pensado nisso antes, de tirar areia da laguna e, ali mesmo, preencher as minas? Seria mão na roda, já que a última dragagem da Mundaú aconteceu em 1988, no governo Fernando Collor. Ou seja: são 35 anos sem dragagem e sem limpeza. A laguna está assoreada e poluída. E aí: é crime ou não é?
Não sou repórter investigativo, mas procurei saber e descobri que a Braskem tem interesse na compra da areia da laguna. Perguntei à fonte o porquê de não terem pensando nisso antes. Resposta: “esse fato foi conversado, mas a resposta da licença seria dada num prazo estimado de 18 meses e sem garantia de autorização. A Braskem não teria esse tempo para esperar”.
Mas como assim, se está assoreada? Ambientalistas, pesquisadores, técnicos, políticos, que tal uma trégua nesse sentido. Se pôde construir o luxuoso condomínio Laguna dentro do mangue, porque não pode desassorear a laguna para evitar a catástrofe que está sendo vendida como o maior desastre socioambiental do planeta?
A laguna que pede socorro, há décadas, aos olhos de todos, tem areia de sobra para evitar que outras minas colapsem. E tão importante quanto, que evite sua própria destruição, caso os “maracanãs subterrâneos” engulam tudo e soterrem a laguna (seria o caos).
Com a palavra os ambientalistas e os pensantes dos órgãos competentes – entre outros seres vivos, vulgos cabeças de bagre. Ah… o Bagre, Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, está em extinção na laguna Manguaba, no Pilar. É outro crime ambiental. Misericórdia!
SUGESTÃO: Há tanta areia por baixo das águas poluídas nas lagunas que sugiro, caso a dragagem aconteça para preencher as minas, que os recursos advindos sejam utilizados para dragagem e limpeza completa de todo o complexo estuarino lagunar Mundaú-Manguaba. Tem tanto dinheiro (em moeda de areia) que as outras partes poderiam ser divididas para a compra de equipamentos para pescadores e marisqueiros, para a duplicação da BR-242, que liga a AL-125 (Marechal Deodoro) à BR-316 (Pilar) e, com toda a certeza, para a construção das imprescindíveis barragens nos municípios margeados pelos rios Mundaú e Paraíba, onde cidades têm sofrido seguidas catástrofes durante o inverno, matando pessoas, animais e destruindo casas e comércios.
Fonte – Blog do Wadson Regis