Nesta terça-feira (25), a vereadora Olívia Tenório usou a tribuna da Câmara Municipal de Maceió para fazer um discurso forte sobre a escalada da violência contra mulheres. Logo no início da fala, Olívia lamentou a morte de Claudiane Maria, de 39 anos, que teve 70% do corpo queimado pelo companheiro e ficou 24 horas agonizando sem socorro.
“Claudiane tinha uma filha, uma família, uma vida. Mas, como tantas outras, foi apagada por um sistema que insiste em falhar com as mulheres”, declarou a vereadora.
Ela também mencionou outro caso chocante ocorrido no mesmo dia: um lutador de MMA foi preso por tentativa de feminicídio e cárcere privado, após espancar uma mulher com socos e murros até ela desmaiar. “Esses não são casos isolados. São sintomas de um sistema que não protege e que silencia”, afirmou.
Além dos crimes, Olívia apontou o machismo estrutural presente também dentro das instituições políticas. Ela citou o caso da vereadora Lizi, da Barra de Santo Antônio, que apresentou um projeto para garantir direitos como licença-maternidade e amamentação às parlamentares e foi ridicularizada por colegas de plenário.
“Ela foi tratada como se ser gestante fosse uma doença. O machismo institucional também é violência. Eu também vivi isso dentro dessa Casa quando estava grávida e tive vereador votando contra a minha licença-maternidade”, disse.
A vereadora também destacou que mesmo dentro de uma Câmara e sendo uma voz que representa, ela se sente impotente diante de tanta dor: “É como se estivéssemos gritando sozinhas dentro de um sistema que não nos escuta”, afirmou.
Olívia finalizou cobrando um posicionamento firme dos poderes públicos diante da crise da violência contra a mulher. “Não basta apenas lamentar cada feminicídio. É urgente agir. Este plenário precisa se posicionar. Precisamos dizer com todas as letras que violência contra a mulher é crime, é uma questão de saúde pública e é responsabilidade de todos os poderes combatê-la com firmeza”, concluiu.