Uma assembleia de acionistas da Equatorial Energia aprovou na última sexta-feira, 17, a alteração no estatuto da companhia para definir que a empresa poderá atuar “em outros setores” além de apenas na indústria de energia elétrica e “atividades correlatas”.
A mudança é vista por especialistas como um sinal de interesse para investir em outros negócios além do setor de eletricidade e deve abrir caminho para que a empresa se torne veículo também para investimentos em saneamento.
Em nota a clientes nesta segunda-feira, analistas do Credit Suisse disseram que “a mudança no estatuto provavelmente se refere a uma potencial parceria para investir no setor de saneamento, mas ainda mantendo o setor elétrico como atividade principal”.
A iniciativa da Equatorial ainda vem em momento em que o Brasil acaba de aprovar um novo marco legal para o setor de saneamento que, segundo especialistas, deve levar ao aumento da presença da iniciativa privada no setor, que hoje depende praticamente de entes estatais.
“A empresa tem tudo para se tornar um colosso no oceano de oportunidades que o segmento de saneamento tem a apresentar na próxima década”, escreveu o analista Vitor Sousa, da Genial Investimentos, em comentários no Twitter nesta segunda-feira.
Apesar de não ter confirmado oficialmente ter interesse na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), no dia 30 de junho, durante teleconferência de resultados, o diretor-presidente da elétrica, Augusto Miranda, confirmou os estudos para investir num novo segmento.
De acordo com ele, a companhia tem uma área de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) dedicada a estudar essa e outras oportunidades de crescimento. “Saneamento é um segmento naturalmente atrativo, estamos olhando sim, até por obrigação”, disse.
Miranda avaliou que a aprovação do novo marco legal de saneamento no Congresso trouxe mais clareza e estimulou o interesse da companhia no segmento.
A Equatorial, que mais recentemente expandiu os investimentos também para transmissão de energia, teve lucro líquido de 440 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, com alta de mais de 100% frente ao mesmo período do ano anterior.
Fonte – Extra