O governo de Alagoas, liderado por Paulo Dantas (MDB), precisa enfrentar um problema persistente: o aumento da dívida pública estadual. A dívida havia sido reduzida durante o início do governo de Renan Filho em 2015, graças a uma renegociação que seguiu novas normas aprovadas pelo Congresso Nacional. No entanto, os últimos anos registraram uma nova tendência de alta no endividamento do Estado.
Em 2015, Alagoas possuía uma dívida de R$ 10,7 bilhões, mas, com a renegociação, esse valor caiu para R$ 7,7 bilhões em 2016 e chegou a R$ 6,07 bilhões em 2019. Essa redução foi mantida até 2022, quando a dívida consolidada era de R$ 6,09 bilhões, equivalente a 47,22% da Receita Corrente Líquida (RCL). Porém, em 2023, a dívida subiu para R$ 7,1 bilhões, correspondendo a 51,59% da RCL.
Em 2024, a situação se agravou. Dados da Secretaria da Fazenda de Alagoas mostram que a dívida consolidada do Estado saltou para R$ 11,4 bilhões, o que representa 69,25% da RCL. Esse aumento é resultado de novos empréstimos realizados tanto no governo de Renan Filho quanto no de Paulo Dantas, além do impacto da alta taxa Selic, que encarece o serviço da dívida.
O custo da dívida aumentou expressivamente. Nos primeiros nove meses de 2022, o Estado gastou R$ 449,7 milhões com juros e amortização. No mesmo período de 2023, esse valor mais que dobrou, chegando a R$ 1,07 bilhão — uma variação de 138,3%. Quando comparado ao valor pago até setembro de 2023, que foi R$ 813,9 milhões, o crescimento foi de 31%.
Para lidar com a alta dívida, o governo de Paulo Dantas já anunciou medidas de contenção de despesas, com o objetivo de preservar a capacidade de investimento do Estado e evitar uma situação fiscal insustentável. A gestão terá que equilibrar a necessidade de investimentos com o controle do endividamento, um desafio crucial para os próximos anos.