Anualmente, são registrados diversos casos de baleias, golfinhos e outros animais marinhos encalhando nas praias brasileiras. Esse fenômeno, chamado de “encalhe”, pode ocorrer tanto com animais vivos e saudáveis quanto com os feridos ou mortos. Na última quarta-feira, 24, foi relatado o primeiro encalhe de baleias em Alagoas deste ano. Um filhote de baleia jubarte foi encontrado morto nas proximidades do Porto de Maceió, no bairro do Jaraguá.
Segundo o Instituto Biota de Conservação, especializado na preservação da fauna marinha, o filhote era um macho, medindo 4,45 metros, e aparentava ser recém-nascido. Nos próximos meses, casos semelhantes se tornarão mais frequentes, pois as baleias estão migrando para as águas mais quentes do Brasil em busca de locais para se reproduzirem. Com isso, a temporada de baleias em território brasileiro está oficialmente aberta.
O período de migração dessas baleias vai de junho a novembro, quando elas percorrem longas distâncias até chegarem ao Brasil. Muitas delas são consideradas “brasileiras”, pois se alimentam na Antártica e dão à luz em águas nacionais. A viagem da Antártica para o Brasil dura cerca de dois meses, cobrindo aproximadamente 4.500 km entre as águas frias e as tropicais.
Até o momento, esse foi o primeiro e único caso de baleias encalhadas em Alagoas. De acordo com o Instituto Biota de Conservação, o filhote provavelmente se separou da mãe e não conseguiu sobreviver. Nos primeiros meses de vida, é crucial que esses animais tenham acesso ao leite materno para acumular a gordura necessária à sobrevivência. Quando corpos de animais são encontrados, são realizadas necropsias para coletar materiais biológicos e, depois, as carcaças são descartadas de forma segura, seguindo normas ambientais. Em algumas praias, os corpos podem ser enterrados, permitindo o resgate das ossadas anos depois. Em outros casos, os animais são levados para aterros sanitários, onde a decomposição ocorre de forma controlada.