Donald Trump assume a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), em Washington D.C., iniciando seu segundo mandato como 47º presidente da nação. Sua trajetória é marcada por uma impressionante reviravolta, após ter sido o primeiro ex-presidente condenado da história norte-americana. Agora, ele retorna à Casa Branca após uma vitória contundente sobre a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata.
Aos 78 anos, Trump faz seu retorno à Casa Branca, sendo descrito por analistas políticos como um líder politicamente inabalável, com um plano de ação claro e milhões de seguidores. Esse homem, que há pouco mais de quatro anos parecia estar derrotado, após a vitória de seu adversário democrata, Joe Biden, nas eleições de 2020 com uma margem confortável, agora se reergue para assumir o poder novamente.
Nas eleições de 2024, o mundo testemunhou um Donald Trump fortalecido, que conseguiu conquistar 312 delegados e 49,8% dos votos populares, garantindo uma vitória confortável sobre sua oponente Kamala Harris, que obteve 226 delegados e 48,3% dos votos.
Em um contexto extremamente favorável, Trump retoma o poder com a maioria na Câmara, no Senado e na Suprema Corte.
Posse presidencial
A cerimônia de posse tem início quando Donald Trump se dirige ao palco para prestar o juramento do cargo, diante do chefe da Suprema Corte, John Roberts, às 14h (horário de Brasília). Embora, tradicionalmente, as posses ocorram em frente ao Capitólio dos EUA, devido ao intenso frio em Washington, a cerimônia será realizada no interior do edifício.
Em seguida, Trump proferirá seu discurso de posse, que, segundo ele, será “edificante e unificador”. Isso marca uma grande diferença em relação ao seu primeiro discurso de 2017, quando descreveu o país como em ruínas, referindo-se a uma “carnificina norte-americana”. Para o evento, serão disponibilizados mais de 220 mil ingressos.
Decreto e promessas
Se cumprir sua promessa, o presidente eleito assinará, logo após a posse, uma série de decretos que ampliarão os poderes dos oficiais de imigração, permitindo-lhes prender imigrantes sem antecedentes criminais. Além disso, serão enviadas mais tropas para a fronteira com o México, e a construção do muro na região será retomada.
Também serão assinados decretos relacionados a uma iniciativa para ampliar a produção de energia, além da primeira rodada de perdões para os condenados pela participação no ataque ao Capitólio dos EUA, ocorrido em 6 de janeiro de 2021. Naquele dia, manifestantes invadiram o edifício na tentativa de impedir a confirmação de Joe Biden como presidente eleito.
Condenações de Donald Trump
Trump foi declarado culpado em 34 acusações criminais durante um julgamento previsto para maio de 2024 e ainda enfrenta outras três acusações nos estados da Geórgia, Washington e Flórida.
Em 10 de janeiro de 2025, Trump foi sentenciado pelo crime relacionado ao suborno pago à atriz pornô Stormy Daniels. Apesar da condenação, ele recebeu a “dispensa incondicional”, o que significa que não será preso nem precisará pagar multa. No entanto, a confirmação dessa sentença faz dele o primeiro presidente dos EUA a ser condenado criminalmente.
Antes de renunciar ao cargo, o ex-conselheiro especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, concluiu dois dos processos contra Donald Trump e deixará seu posto antes da posse do republicano.
Em 2023, o conselheiro indiciou Trump por conspirar para anular sua derrota nas eleições de 2020 e por ocultar documentos confidenciais. Nenhum desses casos chegou a julgamento antes de sua vitória nas eleições de novembro de 2024.
Campanha presidencial
Trump anunciou sua candidatura à presidência dos EUA em 2024 apenas algumas semanas após o fracasso do Partido Republicano nas eleições de meio de mandato de 2021, em um lançamento de campanha que parecia inoportuno.
O mundo acompanhou uma campanha presidencial intensa entre Kamala Harris e Donald Trump, marcada por ataques mútuos, ofensas e uma série de notícias falsas disseminadas pelo republicano, que chegou a alegar que imigrantes haitianos nos EUA estariam consumindo animais de estimação.
A campanha de Trump começou com a busca do FBI em Mar-a-Lago, em agosto de 2022, por documentos confidenciais de segurança nacional, e se desenrolou com uma série de indiciamentos em 2023. Esse risco criminal deu aos democratas a falsa sensação de que a vitória estava garantida. No entanto, ao final, foi o republicano quem retornou à Casa Branca com uma vantagem significativa.
Tentativas de assassinato
Donald Trump se estabeleceu como o 47º presidente dos Estados Unidos em uma corrida eleitoral marcada por reviravoltas, incluindo a saída de Joe Biden, a ascensão de Kamala Harris e até duas tentativas de assassinato.
A primeira tentativa ocorreu em 13 de julho, durante um comício na Pensilvânia, quando Trump foi atingido de raspão na orelha direita por uma bala. A segunda aconteceu em 15 de setembro, enquanto o presidente jogava golfe em seu clube em West Palm Beach, Flórida, quando agentes do Serviço Secreto avistaram um rifle escondido entre os arbustos.