A jornalista Letícia Casado, em reportagem no portal UOL, constata que ao longo do primeiro semestre de 2024 houve uma mudança do empresariado em relação às tratativas das suas pautas no Congresso Nacional.
Tradicionalmente, as reivindicações vinham através do Palácio do Planalto; neste ano, os contatos são direcionados para os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“As vitórias do empresariado nas pautas econômicas neste semestre retratam a mudança na relação de forças entre Congresso e governo. Se antes os empresários buscavam o Palácio do Planalto e os ministros na Esplanada para tratar de medidas de interesse, ao longo dos anos tem crescido a interlocução com os legisladores”, explica a jornalista.
O protagonismo dos presidentes das duas casas legislativas fica evidente com a constatação de que a formulação de políticas públicas e o uso do dinheiro do Orçamento está cada vez mais a cargo dos 594 parlamentares e menos dependente do projeto do governo eleito.
Foram públicos e notórios os desentendimentos entre o responsável pela articulação do governo, ministro Alexandre Padilha (PT), e o deputado Arthur Lira, que até se referiu a a ele como “incompetente”.
Letícia Casado conclui sua avaliação reforçando a relevância de Lira e de Pacheco:
“Cabe à articulação política negociar com parlamentares e ministérios a distribuição de verbas que serão aplicadas em estados e municípios. Mas como os parlamentares já têm um controle maior sobre o orçamento, a caneta do ministro ficou sem tinta.”
Por: Flávio Gomes de Barros