O bilionário Elon Musk tornou-se alvo de críticas nesta terça-feira (21), após um gesto realizado durante um comício em apoio ao ex-presidente Donald Trump, na segunda-feira, ter sido interpretado por alguns como uma saudação nazista. A controvérsia repercutiu internacionalmente, com líderes europeus condenando a atitude e reforçando preocupações sobre o apoio de Musk a ideias de extrema direita.
O chanceler alemão Olaf Scholz foi uma das vozes mais contundentes. Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, ele enfatizou que, embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, não deve ser usada para promover extremismo. “Nós temos liberdade de expressão na Europa e na Alemanha. Todos podem dizer o que quiserem, mesmo que sejam bilionários. O que não aceitamos é se for para apoiar posições de extrema direita”, declarou.
Musk reagiu com ironia em sua rede social, o X (antigo Twitter), errando propositalmente o nome do líder alemão: “Que vergonha, Oaf Schitz”. Essa não foi a primeira vez que o empresário se referiu ao chanceler de forma depreciativa.
Além das críticas ao gesto, Musk enfrenta pressão por seu apoio declarado ao partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha), que disputará as eleições alemãs em fevereiro. O bilionário previu a derrota de Scholz no pleito.
Ministra espanhola abandona o X em protesto
A polêmica também levou a ministra do Trabalho e vice-primeira-ministra da Espanha, Yolanda Diaz, a anunciar que está deixando o X. Em entrevista à emissora estatal TVE, Diaz criticou os posicionamentos e gestos de Musk.
“Não apenas com seus gestos, mas com os discursos absolutamente complicados que ele está fazendo”, afirmou Diaz. “Tomei essa decisão, que sei que é complicada, mas não farei parte de uma rede social baseada no uso de algoritmos que incentivam ideias xenófobas, contra os direitos humanos e incentivam a extrema direita no mundo.”
O governo espanhol esclareceu que a decisão da ministra foi pessoal, reafirmando a liberdade dos ministros para escolherem suas plataformas de comunicação.
A controvérsia aumenta as tensões entre Musk e líderes europeus, especialmente em um momento em que as discussões sobre regulamentação de plataformas digitais e controle de discursos extremistas ganham força.