Após meses de negociações, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) anunciou, nesta quarta-feira, 13, o apoio de seu partido à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados. A decisão marca o fim de sua própria corrida ao cargo e solidifica a aliança de Motta com 17 legendas, reunindo 488 votos, tornando-o o principal nome na disputa pela presidência da Casa.
Elmar Nascimento, que até então era considerado um dos favoritos para suceder Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara, já havia aceitado retirar sua candidatura no final de outubro, mas o anúncio oficial de apoio foi adiado até hoje. Durante uma reunião interna com a bancada do União Brasil, com a presença do presidente do partido, Antonio de Rueda, Elmar confirmou sua decisão de apoiar Motta. Em seu discurso, o deputado afirmou que sua decisão foi guiada pela necessidade de unidade entre os partidos que o apoiaram, priorizando o fortalecimento do bloco.
O apoio de Elmar vem acompanhado de algumas condições, entre as quais a exigência de cargos importantes na Mesa Diretora e nas comissões da Casa. O União Brasil pleiteia a 2ª vice-presidência da Câmara, enquanto o PL já ficou com a 1ª vice-presidência. O PT, que também apoia Motta, conquistou a 1ª secretaria e outras posições estratégicas, incluindo a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU).
Além disso, o União Brasil negociou com o líder do Republicanos a relatoria da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que será discutida no próximo ano. A exigência de cargos e influências nas principais decisões legislativas é vista como uma forma de garantir que o União Brasil mantenha um papel de destaque no novo comando da Câmara.
Apesar de sua candidatura ter perdido força com o apoio de Lira a Motta, Elmar Nascimento ainda tentou se articular com o deputado Antonio Brito (PSD-BA) para formar uma frente de oposição. No entanto, as negociações não avançaram, e a candidatura de ambos foi enfraquecida com a união dos maiores partidos da Casa em torno de Motta.
Com o apoio do União Brasil, do PL, do PT, do MDB, do PP, do PSD, e de várias outras siglas, Hugo Motta agora se firma como o candidato mais forte à presidência da Câmara, com uma aliança sólida que reúne mais de 480 votos, o que lhe dá grande vantagem na disputa que ocorrerá em fevereiro de 2025. A união de tantas forças políticas em torno de Motta reflete sua habilidade de construir alianças e sua capacidade de negociar com diferentes grupos dentro do Congresso.
Este movimento também evidencia a dinâmica de poder na Câmara, onde os acordos entre partidos e as negociações por cargos-chave têm grande impacto nas eleições para a presidência da Casa.