As associações de moradores dos bairros que estão com suas residências comprometidas por conta de rachaduras no solo provocadas pelas atividades de mineração da empresa Braskem, segundo relatório do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), rejeitam a ideia de que políticos possam resolver os seus problemas e avaliam que por meio da Justiça irão conseguir reparar todos os danos causados pela atividade petroquímica da mineradora.
Apesar deste cenário de rejeição neste primeiro momento, a eleição para a capital alagoana passa, obrigatoriamente, pelos bairros afetados pelas atividades da Braskem, a exemplo do Pinheiro, Mutange e Bebedouro.
Líderes das associações foram entrevistados pela Tribuna para saber se eles estariam preparando algum documento com reivindicações para apresentar aos pré-candidatos a prefeito de Maceió e se acreditavam que o momento eleitoral seria propício para buscarem reparações.
Para Maurício Mendes, presidente da Associação Comunitária Conjunto Governador Divaldo Suruagy (Ascords) do bairro do Pinheiro, a política deixou muito a desejar e não houve apoio à comunidade quando eles mais precisavam.
“Não quiseram enfrentar a mineradora poderosa. Na verdade, não pleiteamos nada aos políticos, uma vez que o bairro e o conjunto em si não têm mais como ser habitado. O momento da eleição é propício para oportunistas que enxergam na desgraça de muita gente a chance de se autopromover e com certeza tentar se eleger nas próximas eleições. Muitos políticos e muitos oportunistas irão sim usar a nossa problemática com o intuito de levar vantagem e vão aparecer muitos falsos profetas”, disse.
O líder do movimento Pinheiro em Alerta, Joelinton Barbosa, avalia que o problema dos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto vão além da política, pois se trata de uma tragédia para o município e o estado.
“Acho que era obrigação desses candidatos terem apoiado e lutado por uma solução de indenização. Isso, lamentavelmente, não aconteceu e os poucos que se dispuseram em sua grande maioria foi pensando no investimento político que está por vir. Uns até tentaram, mas quando viram que o pro
blema era muito grande optaram por se afastar e estão chegando agora para serem os ‘salvadores da pátria’. Cabe a população saber julgar. O momento já está sendo usado politicamente e infelizmente teremos muitas vítimas e um grande prejuízo para a sociedade, município e estado”, destacou.
De acordo com o presidente da associação dos moradores do Bebedouro, Augusto Cícero, a maioria dos políticos alagoanos foram omissos com a problemática da Braskem e que por isso não acredita que o momento político venha para fazer reparações.
O líder do movimento em defesa dos moradores do Mutange, Arnaldo Manoel, também avalia que a situação da Braskem não tem nada a ver com a questão política.
“Não vai ser político que vai interferir com essa situação que nós estamos vivendo. Isso tem que ser uma situação direta entre Braskem e morador de cada residência e se político entrar no meio estraga”.
Fonte – Tribuna Hoje