O presidente Lula tem uma prioridade clara este ano: recuperar a economia brasileira, o que inclui a redução dos juros e da inflação e o aumento do emprego, além da aprovação de medidas no Congresso, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.
Até aqui, o petista parece bem-sucedido. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, 16, mostrou que a aprovação ao trabalho do presidente passou de 56% em junho para 60% em agosto, o maior percentual registrado desde o início de seu terceiro mandato.
Esse movimento teve como catalisador justamente a melhora da percepção da população sobre os rumos da economia. Para 59% dos entrevistados, a economia melhorará nos próximos doze meses, ante 22% que pensam o contrário. Em junho, os percentuais eram de, respectivamente, 56% e 25%.
O levantamento foi realizado dias antes do reajuste no preço dos combustíveis e do apagão de energia em vários estados, fatores que influenciam de forma negativa o humor do eleitorado. Além dessas questões pontuais, Lula ainda não conseguiu desatar o nó para garantir a aprovação do arcabouço fiscal, o que tem gerado preocupação em investidores e empresários.
O desafio do presidente é evitar que o ambiente de certo otimismo na economia, semeado no primeiro semestre, não se desfaça. Não será fácil, como mostra a resistência do Centrão de continuar a ajudar o governo enquanto não recebe seu quinhão no ministério.
Apesar das dificuldades nas negociações para a formação da base governista, Lula mantém o otimismo de costume – entre outros motivos, porque as projeções sobre inflação e crescimento do PIB estão sendo reajustadas de maneira positiva. Além disso, longe da agenda presidencial, o petista acompanha com satisfação o agravamento da situação jurídica do adversário Jair Bolsonaro.
O presidente sabe que, se a economia se recuperar, ele ou um candidato escolhido por ele será competitivo na eleição presidencial de 2026. Mas Lula quer mais. Um de seus sonhos é que Bolsonaro enfrente o mesmo calvário pelo qual ele passou. O capitão já foi declarado inelegível. Para a desforra ser completa, falta uma ordem de prisão, algo que nem mesmo os aliados do ex-presidente descartam.
Fonte – Veja