Durante os dias úteis, com o ritmo acelerado do trabalho e as responsabilidades diárias, é comum que muitas pessoas não consigam dormir o suficiente. Diversas pesquisas já demonstraram que a falta de sono, definida como dormir menos de sete horas por noite, pode acarretar sérios problemas de saúde. Entretanto, um novo estudo indica que “recuperar” o sono durante o fim de semana, dormindo por mais tempo, pode diminuir o risco de doenças cardíacas em até 20%.
Este estudo será apresentado no ESC Congress 2024, o congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, que acontecerá em Londres, no Reino Unido, entre 30 de agosto e 2 de setembro. “Sono compensatório adequado está associado a um menor risco de doenças cardíacas”, explica Yanjun Song, coautor da pesquisa e membro do Laboratório Estatal de Doenças Infecciosas, em Pequim, China. “A relação é ainda mais evidente entre aqueles que costumam dormir pouco durante a semana”, complementa.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas analisaram os dados de 90.903 participantes do projeto UK Biobank, uma vasta base de dados do Reino Unido. Eles examinaram a relação entre o sono compensado nos fins de semana e a incidência de doenças cardíacas, utilizando informações coletadas por acelerômetros, dispositivos que monitoram métricas como batimentos cardíacos, distâncias percorridas e calorias queimadas, geralmente presentes em smartphones e smartwatches.
Ao longo de um período de 14 anos de acompanhamento, os pesquisadores observaram que os participantes com maior sono compensatório nos finais de semana apresentaram uma redução de 19% no risco de desenvolver doenças cardíacas em comparação com aqueles com menor compensação de sono. Entre aqueles que sofriam de privação diária de sono, os que conseguiam compensar o descanso aos fins de semana tinham 20% menos chance de desenvolver doenças cardíacas, sem diferença significativa entre homens e mulheres.