Advogado, empreendedor e visionário. É assim que Frederico Benigno Simões se identifica nas redes sociais, mas, para o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), ele é o líder de uma organização criminosa que firmou contratos com 20 municípios alagoanos e movimentou R$ 243 milhões.
Fred Simões, como se identifica, é dono de um hotel fazenda, na cidade de Sento Sé, na Bahia. O “Hotel Fazendinha” lhe rendeu também o apelido de Fred Fazendinha. Além do empreendimento, o advogado é, segundo o Ministério Público, o comprador do automóvel Porsche, que pertencia ao lateral Daniel Alves, ex-jogador da Seleção Brasileira. O veículo está avaliado em R$ 828.686,00.
Além do hotel e do carro, Fred exibia nas redes sociais um novo interesse: a viticultura. No post mais recente em seu perfil, ele destaca uma imersão na “arte da viticultura” e posa com um cacho de uvas na Vinícola Miolo, em Porto Alegre. De acordo com a legenda, o preso estava vivenciando aprendizados que iriam enriquecer projetos futuros.
Quem também foi presa na mesma operação foi a esposa do advogado, Hianne Maria da Costa Pinto. Conforme o MP, ela atua na organização criminosa e aparece como sócia no Hotel Fazendinha. A mulher é também sócia em outras empresas, como a Segredo Apoio Administrativo, que já foi baixada.
Chama a atenção que, nos dados da empresa Segredo, que está em nome de Hianne, o telefone cadastrado é de Alisson Barbosa Freitas – preso nesta quinta (16), na mesma operação.
Segundo o que o MP apurou, Alisson Barbosa é o “testa de ferro” de Frederico Benigno. No apartamento onde Alisson foi preso, localizado no Edifício JTR, Torre México, foram apreendidos R$ 649 mil em espécie.
Também foram presos Betuel Ferreira de Souza, na cidade de Japaratinga, no Litoral Norte de Alagoas, e Silvano Luiz da Costa, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Todos eles passarão por audiência de custódia na manhã desta sexta (17).
Até o momento, foram descobertos contratos estabelecidos com os municípios de Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar, Estrela de Alagoas, Tanque d’Arca, Porto Calvo, Taquarana, Poço das Trincheiras, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Senador Rui Palmeira, Chã Preta e Flexeiras.
As investigações apontam que os contratos foram firmados através de licitações por “carona”, ou seja, atas de adesão ao registro de preço, modalidade licitatória que facilita a contratação.
Fonte – GazetaWeb