O diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Andrei Rodrigues, respondeu nesta quarta-feira (4), durante um café da manhã com jornalistas no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, ao desafio feito pelo deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). O parlamentar havia questionado a atuação da PF em investigações envolvendo discursos na tribuna da Câmara e desafiado o diretor a prendê-lo.
Rodrigues reforçou que a imunidade parlamentar, garantida pela Constituição, não é um escudo absoluto para práticas criminosas. “Não há direito absoluto, não há imunidade para cometer crimes. Imagina uma pessoa ir para a tribuna da Câmara e vender cocaína, vender crianças ou atacar a honra das pessoas. É crime, não é liberdade de expressão. Se tem crime, precisa ser denunciado”, afirmou o delegado.
Van Hattem, que foi indiciado por declarações feitas na Câmara, defendeu-se afirmando que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis. Em resposta, Rodrigues rebateu: “Não adianta ficar lacrando para a internet. Se há indício de crime, será investigado dentro dos limites legais”.
A discussão levanta um debate sobre os limites da imunidade parlamentar e a atuação da Polícia Federal em casos que envolvem possíveis abusos cometidos por representantes eleitos, destacando o equilíbrio entre prerrogativas institucionais e o respeito às leis.