Moradores do Residencial Maceió I, localizado no bairro Cidade Universitária, parte alta da capital alagoana, viveram momentos de terror na madrugada desta quinta-feira (7), após a explosão de um botijão de gás que causou o desabamento de um bloco do condomínio. Entre as vítimas fatais estão um conhecido vendedor de churros, Gilvan, seu neto e um vizinho do andar inferior. A explosão ocorreu por volta das 4h e deixou marcas de destruição e medo.
Em entrevista, Célia Augusto, moradora de um apartamento próximo ao local da explosão, contou sobre a destruição parcial de seu imóvel e o trauma que enfrenta.
“Fica um sentimento de perda, né? Eu fico com medo de morar de novo. Se eu puder, vou ficar com medo, vou sempre lembrar. Não queria nem estar aqui. Estou porque realmente tinha que estar porque eles estão chamando ali, para assinar as coisas. Mas é muito difícil você perder tudo assim de repente”, relatou, emocionada.
Célia também relembrou Gilvan, que morava no apartamento onde ocorreu a explosão. Conhecido por vender churros e ser afetuoso com os vizinhos, Gilvan e seu neto foram duas das três vítimas fatais.
“A esposa dele vendia comida e ele vendia, acho que é churros. Faleceu ele e o neto. A esposa dele foi pro hospital”, disse Célia.
A terceira vítima era o morador do apartamento abaixo.Momentos de desespero e destruiçãoCom apenas quatro meses no residencial, Mary dos Santos, de 58 anos, descreveu o pânico entre os moradores, com muitos correndo e gritando em meio ao caos.
“Muita gente correndo e gritando, muita criança chorando. A gente viu o estrondo e pensou que era outra coisa. A minha porta saiu do lugar, voou. A luminária quebrou, os vidros da janela caíram em cima de mim. Eu tô aqui falando com você porque foi um milagre de Deus”, afirmou Mary, ainda em choque com o ocorrido.
Outro morador, José Roberto Feliciano, estava no banheiro quando o prédio foi atingido pela explosão. Ele descreveu a cena de pânico que se seguiu.
“A porta se abriu, quebrou tudo aqui dentro da minha casa. Dizem que foi um botijão de gás. Quando eu desci, fui um dos primeiros a chegar, dava pra escutar o pessoal gritando, pedindo socorro nos escombros. Tava tudo escuro ainda. Eu liguei pros Bombeiros, todo mundo ligou. Acho que em 30 minutos eles chegaram”, relatou Feliciano.
Medidas de segurança e investigaçõesA Defesa Civil de Maceió foi acionada e interditou cerca de 20 apartamentos, que permanecerão isolados até que a perícia seja concluída. A equipe do Corpo de Bombeiros chegou ao local rapidamente e trabalhou para garantir a segurança dos sobreviventes e localizar vítimas.