Na sessão de quarta-feira (12) da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), o deputado estadual Alexandre Ayres (MDB) fez um desabafo sobre a crescente polarização política no Brasil. Segundo ele, a divisão entre direita e esquerda tem tomado conta do debate público de maneira excessiva e desgastante.
“Essa conversa de direita e esquerda está cada dia mais chata. Ninguém aguenta mais essa conversa. Tudo no Brasil agora é politizado para a direita ou para a esquerda. Um coitado de um Frei Gilson, que faz um rosário às quatro horas da manhã, agora virou uma discussão, porque a direita é a favor dele e supostamente a esquerda é contra. E aqui eu queria registrar de público: vamos afastar a religião, vamos afastar a ciência e deixar a política partidária para o tempo dela, que é em 2026”, afirmou Ayres.
A declaração do parlamentar ocorreu durante um embate entre os deputados Ronaldo Medeiros (PT) e Cabo Bebeto (PL), que discutiam sobre os cinco anos da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ayres, que era secretário de Saúde de Alagoas durante a pandemia, enfatizou que, naquele momento, sua preocupação foi seguir a ciência e não as ideologias políticas.
“Eu tive a satisfação naquele momento de estar secretário e um dos acertos naquele momento, sem nenhuma falsa modéstia, foi ter afastado exatamente isso que vossas excelências tentam fazer aqui. É a politização do tratamento das pessoas no enfrentamento à Covid-19. Naquele momento eu afastei quem era de esquerda, quem era de direita e me preocupei em ouvir a ciência. Se a direita não acreditava na ciência, ela pagou um preço talvez com a perda da eleição do presidente Bolsonaro. Se a esquerda acreditava na ciência, também não me preocupei com isso. Eu me preocupei em ouvir quem entendia para que a gente pudesse salvar o maior número de vidas aqui em Alagoas”, concluiu.
Ayres defendeu que a política deve ser tratada em seu tempo apropriado e que a discussão deve se pautar em fatos e conhecimento técnico, especialmente em temas sensíveis como a saúde pública.