É uma questão que merece a nossa reflexão porque cheira à leviandade e injustiça.
Os senadores Renan pai e Renan Filho têm reiterado que, na visão deles, houve corrupção na compra do Hospital do Coração, pela prefeitura de Maceió.
JHC deve todas as informações e satisfações à população e aos órgãos de fiscalização, mas é sempre importante a gente lembrar que corrupção, suborno, propina, todos esses crimes têm dois lados: uma mão que paga, outra que recebe.
No caso específico, se tiver acontecido algo errado na negociação que resultou no pagamento de R$ 266 milhões pela prefeitura, haveria certamente algum envolvimento dos antigos proprietários do hospital. Essa informação, do valor da negociação é pública e nunca foi contestada por nenhum dos dois lados.
Afirmo, desde já, que conhecendo alguns dos médicos que eram donos do Hospital do Coração, não creio que seja assim. São profissionais sérios e respeitados, cujos nomes não podem ser jogados na lama, por uma briga política.
O deputado José Wanderley, hoje um fiel aliado dos Calheiros, os conhece mais do que eu até, e bem que poderia – ou deveria – se pronunciar sobre o tema. Por mais que suas prioridades sejam outras, hoje.
Se é “comum” ou “normal” no meio político a acusação de corrupção – entre eles -, não se pode extrapolar para o mundo das pessoas comuns. Para os profissionais do ramo, esse tipo de acusação soa apenas como alguém dizer que você está gripado.
Entretanto, do lado de fora do meio, o sentido é outro: dói na alma, principalmente quando é injusta e leviana – o que me parece ser o caso.
Texto – Ricardo Mota
Fonte – Cada Minuto