Em uma reveladora delação à revista Veja, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou e detalhou o funcionamento do chamado “gabinete do ódio”. Esse grupo de assessores do ex-presidente Bolsonaro era conhecido por disseminar notícias falsas contra opositores do bolsonarismo. O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, confirmou a existência de um anexo sobre o “golpe, joias, vacina, gabinete do ódio e milícias digitais” relacionados à atuação do militar.
Na delação, Mauro Cid revelou que Bolsonaro consultou militares sobre estratégias para um golpe de Estado no Brasil em 2023. O tenente-coronel também forneceu informações sobre uma minuta encontrada em seu celular, que detalhava um golpe de Estado com a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), respeitando os limites constitucionais. Ele foi preso em maio deste ano por fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro, e o acordo para sua delação foi aprovado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em setembro.
Os investigadores agora buscam mais detalhes das ilegalidades cometidas por Bolsonaro durante seu governo, incluindo o inquérito das joias. Por lei, presentes recebidos por governos estrangeiros não podem ser incorporados ao patrimônio pessoal e devem pertencer ao Estado brasileiro, levantando questões sobre a legalidade das ações do ex-presidente em relação às joias recebidas. O depoimento de Mauro Cid representa um avanço significativo nas investigações sobre as atividades do “gabinete do ódio” e suas ramificações no governo Bolsonaro.
Fonte – Agora Alagoas