A Defesa Civil Nacional publicou alerta em suas redes sociais, nesta quarta-feira, 29, sobre a possibilidade de subsidência e colapsos em Maceió, notadamente próximo ao campo do CSA no Mutange. Segundo o alerta, há risco de ocorrência de Sinkhole, nome em inglês para denominar os vazios de superfície que são grandes crateras ou buracos.
O alerta vale para todo o dia de hoje. Desde domingo, bairros que foram destruídos com afundamento de solo em função das minas de exploração de sal-gema, estão registrando tremores, como o Pinheiro. Porém, a Defesa Civil de Maceió anunciou que esses sismos são de magnitude pequena e que não colocaria a população em risco. A princípio, parece haver controvérsias nas informações divulgadas pelos dois órgãos.
Reunião urgente
No início desta tarde a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Alagoas convocou todos os órgãos que fazem parte do sistema de Defesa Civil para uma reunião às 17hs, em sua sede, para discutir em caráter de urgência as ações mediante ao risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas no bairro do Mutange.
Por enquanto, continua valendo o alerta para que as pessoas se afastem do local e não circulem na região, especialmente na Lagoa Mundaú.
O Ministério Público Federal foi informado no início da tarde sobre a possibilidade da ocorrência de dolinamento, outro nome que faz referência as crateras, na região da lagoa. Nesta ocasião, recomendou a intensificação de todas as medidas de proteção das pessoas e de comunicação à sociedade, inclusive, com a publicação de alertas.
Neste momento, reforça a necessidade de serem seguidas de forma irrestrita as orientações da Defesa Civil de não trafegar nas proximidades e não adentrar na lagoa.
O Ministério Público Federal também informou que segue monitorando a situação e adotando medidas necessárias perante o poder público e a Braskem. No entanto, o MPF não cita quais medidas já teria adotado diante da possibilidade do surgimento de crateras.
As crateras ou vazios de superfície ocorrem normalmente quando há condições adversas no solo, como a chuva intensa e pressões na superfície sobre um substrato que não as suportam. Em Maceió, as minas para extração irregular de sal-gema foram a causa de subsidências verificadas desde 2018 e que destruíram cinco bairros.
Os técnicos avisam que essas crateras são extremamente perigosas devido à sua aparente aleatoriedade, mas há uma maneira de identificar o risco da sua ocorrência no local. Logo cedo, a Defesa Civil de Maceió distribuiu nota informando que estava monitorando as minas na Lagoa Mundaú, próxima ao antigo campo do CSA. Mas não citou risco de colapso.
Gabinete de Crise
O Gabinete de Crise, criado emergencialmente pelo prefeito JHC, nesta quarta-feira (29), para acompanhar o agravamento dos tremores de terra e o risco iminente de colapso da mina 18, da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió, comunicou, oficialmente, os órgãos de controle e de segurança sobre o perigo do desastre.
Segundo a prefeitura, o ofício foi encaminhado à força-tarefa dos bairros afundados, composta por representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPAL), Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE), além dos comandos da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Polícia Militar de Alagoas (PMAL), Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Equatorial Energia Alagoas e Algás.
Fonte – Extra